Um "golão" de Mario Götze, aos 113 minutos, selou, domingo, o "tetra" de uma "grande" Alemanha no Mundial2014 de futebol, depois de muito sofrimento para bater (1-0) uma Argentina que teve grandes ocasiões para surpreender no Maracaña.
Corpo do artigo
Consciente de que não podia dar espaço, a formação sul-americana "emperrou" a "máquina" germânica, mas não conseguiu parar o momento do jogador do Bayern Munique, que recebeu no peito um passe de André Schürrle e, sem deixar a bola cair, bateu Romero, escrevendo história.
O 171.º golo do Mundial2014, registo que iguala o recorde absoluto de 1998, selou o primeiro triunfo de uma seleção europeia na América. Vinte e quatro anos depois do "tri", também face aos argentinos, a Alemanha voltou a ganhar.
Os argentinos perderam, mas justificaram a presença na final, que, inclusivamente, podiam ter ganho, tivessem sabido aproveitar as enormes ocasiões que construíram, nomeadamente Gonzalo Higuain (21 minutos) e Rodrigo Palacio (117).
Aos "albi-celestes" terá faltado também "mais" Lionel Messi, que apareceu a espaços na final e até venceu a "Bola de Ouro", para o melhor jogador da prova, e Angel Di Maria, ausente por lesão nos jogos decisivos.
Em relação às meias-finais, a Alemanha surgiu com uma inesperada alteração, a troca de Khedira, que se lesionou no aquecimento, por Kramer, enquanto Sabella teve que manter o "onze", já que Di Maria não recuperou de lesão muscular.
O encontro começou como se esperava, com os germânicos a assumirem o comando e a jogar no meio campo contrário e os sul-americanos a apostarem no contra-ataque, com Higuain, Messi e Zabaleta a assustarem nos primeiros 10 minutos.
Perante uma defesa muito compacta e sem dar espaços, o conjunto de Löw sentia muitos problemas em "furar" e, aos 21 minutos, um mau atraso de Kroos isolou Higuain, que, na cara de Neuer, falhou completamente o remate.
Os argentinos voltaram a assustar aos 30 minutos, com Higuain a marcar, mas em fora de jogo, que também inviabilizou, aos 37, um remate de Schürrle, entrado aos 31, para fazer face a uma lesão de Kramer, "atordoado" após choque com Garay.
Messi, bem mais ativo do que nos dois últimos encontros, voltou a criar perigo aos 40 minutos, numa fuga pela direita, em que conseguiu, inclusivamente, passar por Neuer, mas Boateng surgiu no momento certo e aliviou.
Na parte final da primeira parte, a Alemanha criou, finalmente, as suas primeiras oportunidades, primeira num remate falhado de Kroos, aos 43 minutos, e, depois, já aos 45+2, com Höwedes a cabecear ao poste esquerdo, na sequência de um canto apontado na direita pelo "18".
A segunda metade começou, praticamente, com uma grande oportunidade de Messi, que surgiu solto na área, sobre a esquerda, depois de um passe de Biglia, e, só com Neuer pela frente, atirou cruzado, mas ao lado do poste esquerdo.
A resposta só surgiu aos 59 minutos, num tímido cabeceamento de Klose, mas os alemães continuavam com muitos problemas em criar perigo e trapalhões, como se viu em Özil, aos 62 minutos, e Schürrle, aos 71.
Do outro lado, Messi fez mais duas tentativas, a primeira fletindo da direita para o meio, para atirar ao lado, aos 75 minutos, e a segunda furando pelo centro do terreno, aos 78.
À entrada para os últimos 10 minutos, a Alemanha pareceu querer resolver o jogo, mas Höwedes, em excelente posição, não foi lesto na área e Kroos, depois de grande assistência de Özil, foi incapaz de acertar na baliza de Romero.
Na primeira jogada do prolongamento, Schürrle, após tabela com Götze, a segunda aposta de Löw, surgiu em boa posição, mas acertou em Romero e, logo a seguir, numa jogada entre suplentes, Aguero recebeu de Palacio, mas decidiu mal.
Aos 97 minutos, a Argentina teve uma ocasião de "ouro" para marcar, com Rojo a isolar Palacio, que dominou com o peito e, perante a saída de Neuer, falhou o chapéu.
Na segunda parte do prolongamento, o primeiro momento, foi o momento da prova: aos 113 minutos, Schürrle arrancou pela esquerda e centro para a área, com Götze a dominar de peito e, sem deixar cair, a bater Romero de pé esquerdo.
Messi ainda tentou duas vezes, num cabeceamento e num livre, mas a Alemanha já não deixou fugir o "tetra", que fez por merecer ao longo de toda a prova, também pelos marcantes 7-1 ao anfitrião Brasil, nas meias-finais.