Académica de Espinho pretende revitalizar pavilhão e construir um novo. Obra é essencial para crescer.
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Reza a lenda que aquele que bebesse da água da fonte da Quinta do Mocho, situada bem perto do pavilhão da Associação Académica de Espinho, não mais deixaria a cidade. É apenas uma história, é certo, mas o clube, que ganhou a alcunha dos Mochos e criou uma escola de voleibol com o mesmo nome, esforça-se diariamente para que aqueles que o procuram também o passem a sentir como uma parte de si. José Fernandes regressou este ano à Académica para coordenar a formação do voleibol. Ao longo da carreira, defrontou-a por diversas vezes e, nessas ocasiões, nunca escondeu "um bocadinho de inveja por não sentir algo que as equipas da Académica tinham e os adversários não". "É notório, no clube, um nível elevado de cumprimento das regras, sociais e do jogo", diz o coordenador, para quem "o resultado desportivo apenas tem interesse circunstancial, não mede o mérito desportivo".
Ricardo Gomes vai mais longe. "Ser-se campeão não é levantar um troféu, é conseguir ultrapassar as adversidades", sublinha o treinador, de 42 anos, 16 dos quais passados na Académica.
Naquela manhã chuvosa, o Pavilhão Arquiteto Jerónimo Reis enche-se de vida. Num dos topos, Henrique Castro, responsável pelo voleibol do clube, olha em redor, nostálgico, orgulhoso. "Estive na inauguração deste pavilhão, sabe". Já lá vão 50 anos, feitos de conquistas e momentos marcantes. "Fomos um dos clubes fundadores da Associação de Voleibol do Porto e somos o único que ainda tem a modalidade em atividade. Temos a responsabilidade de dignificar e implementar o voleibol", atira, com firmeza, a mesma com que olha para a necessidade de melhorar a qualidade das infraestruturas como essencial para que o clube possa continuar a crescer.
Os planos passam por reformular o atual pavilhão e construir um novo na zona envolvente. "Em Espinho, uma terra do voleibol, não há muitos mais espaços disponíveis. Mesmo que seja extremamente oneroso, para podermos crescer temos de ter instalações novas nossas. De outro modo, não será possível", vinca.
Com todos os escalões masculinos em atividade, o clube estreia, esta época, uma equipa feminina em competição, em infantis, a qual, assim esperam os seus responsáveis, será a base de uma futura equipa sénior. A Académica aproveita o facto de estar localizada numa cidade que respira voleibol para cativar os mais novos, mas não dispensa as ações de campanha em escolas do 1.º ciclo e a realização do torneio do amigo, habitualmente nas férias escolares, no qual os atletas são incentivados a levarem um amigo ou um familiar a experimentar a modalidade.
Associação Académica de Espinho
Fundação: 22/01/1938
Sócios: cerca de 1400
Atletas: cerca de 800, dos quais 160 no voleibol
Palmarés: 1.ª Divisão seniores (1 título), 2.ª Divisão (1), Juniores (1), Juvenis (2), Cadete (2), Iniciados (4), Infantis (2)
Treinos: Todos os dias, entre as 17 e as 23 horas
Mensalidade: 20 euros em média