Golaço de João Mário desequilibrou jogo intenso em Guimarães e manteve o F. C. Porto a cinco pontos do Benfica. Vitorianos deram luta até ao fim.
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O F. C. Porto voltou a sentir muitas dificuldades longe do Dragão, mas desta vez voltou a casa com os três pontos. Pressionada pelos triunfos de Braga e Benfica nas horas que antecederam a partida de Guimarães, a equipa portista respondeu a preceito, mas muito a custo. O Vitória deu grande réplica, dividiu quase sempre o jogo, mas não foi capaz de manter a concentração nos instantes finais da primeira parte. Em cima do intervalo, João Mário surgiu na área minhota, beneficiou de um escorregão do lateral Afonso Freitas, e decidiu-se por um grande remate cruzado que bateu o guarda-redes Bruno Varela e valeu a vitória ao F. C. Porto.
O primeiro golo do lateral desde maio de 2021 foi o clímax improvável de um jogo muito equilibrado, em que só na segunda parte se pode dizer que os dragões justificaram de facto a vantagem. Até ao 0-1, a equipa de Sérgio Conceição, que devolveu Pepe e Eustaquio à titularidade, não conseguiu desmontar a boa organização defensiva vitoriana. Com pouca inspiração no ataque (Toni Martínez quase não se viu, Galeno e Taremi foram bem vigiados), os portistas apostaram muitas vezes em bolas longas condenadas ao insucesso. Na única vez em que teve espaço numa jogada desse tipo, criada por um lançamento longo de Diogo Costa, Taremi rematou de forma desastrada.
Apesar do mérito de Joáo Mário no disparo, não será exagero dizer que o golo caiu do céu para os visitantes. E na melhor altura. A ganhar ao intervalo, o F. C. Porto tranquilizou-se, passou a controlar melhor o jogo, sabendo que a urgência de marcar para desbloquear o resultado já não existia. Sem bola, apesar das mexidas operadas por Moreno, o Vitória foi tentando chegar à baliza de Diogo Costa em livres e cantos, mas as reais ocasiões para chegar ao golo foram dos portistas, com destaque para um lance em que Pepê teve tudo para fazer o 0-2.
O atacante brasileiro entrou a meio do segundo tempo para o lugar de Martínez e trouxe mais velocidade ao jogo do F. C. Porto, que pagou em sofrimento a incapacidade que teve para matar a partida. Com a desvantagem mínima, o Vitória acreditou que o empate podia surgir e os minutos finais foram muito disputados, com jogo direto na direção da área portista, sempre bem guardada por Pepe, que viu um cartão amarelo na primeira parte, mas respondeu com a classe habitual à pressão de não poder ver o segundo. No último lance, com Bruno Varela na área portista à procura de um milagre, voltou a ser o iminente quarentão a apagar todos os fogos.
Análise
Positivo
Pepe e Marcano estiveram muito seguros na defesa portista. Otávio esteve em todas. O golo de João Mário foi tão espetacular como precioso.
Negativo
O Vitória entrou bem, mas só teve pólvora seca e as alterações de Moreno nada trouxeram de novo. Toni Martínez passou ao lado do jogo.
Arbitragem
Amaro jogou com o braço na área vitoriana, aos 79 minutos. Pareceu penálti. No fim, Varela tocou a bola com a mão, quando subiu à área portista.