Manchester City é o favorito do Grupo C, mas não começou bem a época. Olympiacos e Marselha têm treinadores portugueses e um deles conhece o F. C. Porto melhor do que ninguém.
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O sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões colocou City, Olympiacos e Marselha no grupo do F. C. Porto, três equipas de níveis diferentes, mas todas com um ponto em comum: a presença de vários jogadores e treinadores portugueses, que vão apimentar os embates com os dragões.
Comecemos pelo Manchester City, claramente o favorito ao primeiro lugar do grupo. Sob o comando de Pep Guardiola, a milionária equipa inglesa perdeu a primazia da Premier League em 2019/20 para o Liverpool, depois de dois títulos seguidos nas épocas anteriores, e não começou bem o campeonato em 2020/21, destacando-se a inesperada goleada sofrida em casa na jornada do fim de semana passado, diante do Leicester (2-5).
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Os "cityzens" continuam, no entanto, a ter um plantel fortíssimo, candidato a ir muito longe na Champions, reforçado há poucos dias com o central Rúben Dias, que foi contratado ao Benfica por 68 milhões de euros, num negócio que também envolveu a ida de Otamendi para a Luz, por 15 milhões. Rúben tornou-se o terceiro português da equipa de Guardiola, juntando-se a Bernardo Silva e a João Cancelo, outros dois "habitués" da seleção lusa, igualmente com raízes na formação benfiquista.
A lista de estrelas do City é, de resto, interminável, a começar pelo belga Kevin De Bryune, acabado de ser eleito o melhor médio do futebol europeu na época passada, passando pelos avançados Aguero (atualmente lesionado), Gabriel Jesus, Sterling e Rihad Mahrez até ao guarda-redes Ederson, outro ex-Benfica.
Treinado por Pedro Martins, o Olympiacos não tem, nem de longe, o mesmo poderio dos vice-campeões ingleses e, na teoria, é um adversário ao alcance dos portistas. A equipa grega conseguiu sobreviver às pré-eliminatórias e reencontra o F. C. Porto, com quem jogou várias vezes na fase de grupos, no final da década de 1990. No plantel, Martins conta com vários jogadores portugueses, com destaque para o guarda-redes José Sá, campeão nacional pelos dragões em 2017/18.
O central Rúben Semedo é outra das figuras da formação do Pireu, mas não é certo que se mantenha no clube, tendo em conta as recentes movimentações de mercado (o Benfica está interessado). Pepê, contratado ao Vitória de Guimarães, é outro nome português do Olympiacos, num plantel que também conta com o brasileiro Rafinha (ex-Flamengo).
Por fim, o Marselha, que trará André Villas-Boas de volta ao Dragão, quase uma década depois de o treinador ter levado o F. C. Porto a uma época de sonho, com a conquista de quatro títulos (Liga, Taça de Portugal, Supertaça e Liga Europa). Adepto fervoroso do clube azul e branco, AVB estará agora do outro lado barricada, pela primeira vez desde que saiu para o Chelsea, no verão de 2011.
Vice-campeão francês na temporada passada, embora sem hipóteses de discutir o título com o PSG, o clube marselhês regressa pela porta grande à Champions, uma competição que ganhou logo na primeira edição, em 1992/93, e também vai reencontrar o F. C. Porto, com quem perdeu duas vezes na época em que os dragões venceram a prova, em 2003/04.
O atacante Payet, internacional francês e célebre por ter sido o responsável pela lesão de Cristiano Ronaldo na final do Euro 2016, é a figura do Olympique, mas há outros nomes a ter em conta, como os médios Thauvin e Rongier, este um velho conhecido de Sérgio Conceição, pois jogou no Nantes quando o técnico do F. C. Porto lá esteve.
No papel, dragões e marselheses discutirão o segundo lugar do Grupo C, com o Olympiacos a correr por fora. Se o City não ficar em primeiro, será sempre uma grande surpresa.