Lank Vilaverdense é o melhor ataque do Campeonato de Portugal, registo que se explica por uma ideia de jogo ousada. Ricardo Silva é um treinador realizado, mas lembra que fase decisiva ainda está por chegar.
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Para uma equipa em que "jogar bem tem de estar sempre presente", os números alcançados pelo Lank Vilaverdense na Série A do Campeonato de Portugal, até ao momento, sobressaem mas não surpreendem. Afinal, uma equipa formatada para "ver a baliza contrária como principal alvo" acabaria, naturalmente, por ser ofensiva, sendo que a qualidade dos intérpretes ajuda a capitalizar esse arrojo em resultados positivos, ainda e sempre o principal barómetro de qualidade no futebol.
Ricardo Silva, como qualquer treinador que se preze, sabe-o, mas não é homem de escolher o caminho mais simples. "É mais fácil pôr a equipa a defender e ter resultados", desabafa, só que para si "é preponderante" aliar vitórias a um futebol ofensivo, em que "a equipa faça do seu ataque posicional a sua maior força".
Isso consegue-se "jogando para a frente, com muita gente à frente da linha da bola, com muito movimento, sobretudo na última linha contrária, e muito jogo entre linhas, percebendo quando podemos ir por dentro ou por fora", enuncia, sem nunca descurar o processo defensivo, que dever "consistente no momento da perda da bola".
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A uma proposta de jogo audaz, os jogadores respondem com "golos e jogadas fantásticas", assinala Ricardo Silva, que lhes elogia a qualidade individual, "porque sem boa matéria-prima ninguém consegue pôr em prática as suas ideias", e o espírito forte que rapidamente enraizaram no balneário. "Cada um tem um caráter incrível. Só com gente boa e capaz podemos fazer um grupo incrível", refere o treinador.
Melhor ataque do Campeonato de Portugal, com 39 golos, e apurado para a fase de subida, o Lank Vilaverdense tem, curiosamente, sido mais forte fora de casa, onde venceu os nove jogos que disputou, do que no seu estádio. "São casualidades da prova e do que cada jogo nos dá", desdramatiza Ricardo Silva, que continua a preferir jogar em casa, acreditando que "os adeptos vão ser importantes em jogos mais apertados, como vão ser os da fase final".
A equipa de Vila Verde, no distrito de Braga, parte para ela com o objetivo de "ficar num dos dois primeiros lugares", que valem a promoção à Liga 3. "Com o forte investimento e os bons jogadores que temos, assumimo-lo", atira o técnico, de 39 anos, que quando chegou ao clube desconstruiu a famosa frase de José Mourinho, em que se autointitulou de Special One, dizendo que, ali, especial é o clube.
"Temos um investidor que pegou na SAD e que está no ano um de um projeto para o qual fez uma planificação detalhada, de forma a termos os melhores jogadores e, acredito, os melhores treinadores possíveis para tentar atacar a subida. Num cenário de Campeonato de Portugal, há pouquíssimos clubes com estas condições, financeiras e estruturais, e isso faz a diferença", acredita Ricardo Silva.