Luís Cirilo (Lista A) e António Miguel Cardoso (B) esgrimiram argumentos, esta quinta-feira, nos estúdios da Rádio Santiago, no único debate entre os dois candidatos à presidência do Vitória de Guimarães, cujo ato eleitoral está agendado para sábado, 1 de março.
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As contas da SAD foram um dos pontos de partida do debate promovido pela Rádio Santiago. Luís Cirilo não escondeu a preocupação pelo passivo ser de 71 milhões. “É um passivo extremamente preocupante, aumentou cerca de 30 milhões de euros em três anos. A SAD está em falência técnica", disse.
António Miguel Cardoso admitiu que o passivo aumentou em 15 milhões, mas lembrou que quando assumiu a presidência o clube estava em falência técnica e que as receitas já tinham sido antecipadas. Um cenário que garante que vai mudar. “Com menos receitas conseguimos estabilizar e dar a volta. O passivo vai diminuir mais de 10 milhões, porque não estão contabilizadas as vendas de janeiro e as receitas da Liga Conferência”, explicou.
O empréstimo assegurado junto da MSD também foi abordado. “A MSD emprestou dinheiro ao Vitória a uma taxa de juro obscena. É acionista do Casa Pia e vendeu agora o Beni ao Vitória. Era uma situação a evitar e que acho estranha”, considerou Luís Cirilo. “Há um risco de que o Vitória se possa endividar com a MSD e que esse endividamento seja insustentável ao ponto de os credores tomarem conta da SAD. A sua gestão corre para esse risco”, reforçou.
“Dizem que há um plano final para a MSD ficar com o Vitória. Gostava que concretizassem o que dizem. Não sei se sabe, mas a lei diz que um proprietário não pode ter dois clubes na Liga. É surreal o que ouvi. Já seguíamos o Beni há muito tempo, lançar uma suspeição sobre mim sobre essa contratação é surreal. Nunca iríamos contratar um jogador que não fosse por valor desportivo”, respondeu António Miguel Cardoso.
O processo de vendas no mercado de janeiro não agradou a Luís Cirilo, que entende que alguns ativos não deviam ter sido negociados e que outras saídas foram realizadas por valores baixos. António Miguel Cardoso ripostou: “Perante o estado atual do Vitória, perante as propostas que tivemos, seria impossível e inconsciente não fazer estas vendas”.