O clube vimaranense desistiu, em abril, da queixa que apresentou no mês de janeiro, em Tribunal, contra cinco membros das claques que invadiram o treino da equipa de futebol, tendo insultado e empurrado alguns jogadores do plantel. O que levou, agora, o Ministério Público a optar pelo arquivamento do processo, consultado pelo JN.
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No dia 17 de janeiro, pelas 10.30 horas, um grupo de adeptos entrou no campo de treinos do V. Guimarães, no complexo desportivo do clube, e abordou os jogadores, tendo ameaçado, puxado e empurrado alguns deles. Arremessaram também "potes de fumo" para o recinto, mas sem se registarem ferimentos. O incidente, contudo, acabou por determinar o cancelamento da sessão de trabalho. A PSP esteve no local e identificou uma testemunha, já que o grupo saíra, entretanto. Na ocasião, o presidente do clube, Júlio Mendes, condenou a atitude dos adeptos, que considerou "uma minoria". De seguida, o V. Guimarães apresentou queixa e entregou às autoridades fotos e vídeos da "invasão", motivada pelo desagrado dos adeptos em relação à prestação da equipa minhota no campeonato, que se encontrava no nono lugar da tabela classificativa.
Antes da desistência do clube e logo após as eleições à presidência do V. Guimarães, dois dos jogadores alegadamente agredidos, ainda que de forma ligeira, o costa-marfinense Tallo e o peruano Hurtado, confirmaram os factos à PSP, que investigava o caso, em declarações colhidas no Estádio D. Afonso Henriques. Mas garantiram também que não desejavam o procedimento criminal contra nenhum dos cinco suspeitos, que estavam referenciados com o nome na queixa inicial. Seguiu-se uma declaração de desistência entregue pelo advogado Frederico Barreira.
Ao JN, o vice-presidente do V. Guimarães Hugo Freitas explicou a desistência com o facto de o grupo de trabalho não pretender que o processo fosse por diante: "Os jogadores não queriam apresentar queixa ou testemunhar para não ampliar um incidente que, sendo grave, não teve agressões ou ameaças sérias". O dirigente salientou que o clube reforçou a segurança no recinto através de "um controlo apertado na porta de acesso". Por isso, "não há, agora, hipótese de haver um caso semelhante".