Valência pede à Liga espanhola investigação a alegados insultos racistas a Diakhaby
O presidente do Valência, Anil Murthy, pediu esta segunda-feira ao homólogo da Liga espanhola, Javier Tebas, para investigar "até às últimas consequências" os alegados insultos racistas ao francês Diakhaby, no jogo de domingo, em Cádiz (2-1), noticia a Efe.
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O Valência, que em protesto retirou os seus jogadores do relvado, durante cerca de 20 minutos, considera necessário criar urgentemente protocolos de atuação para que estes acontecimentos "tão lamentáveis" não voltem a acontecer com nenhum jogador de qualquer clube, informa a agência noticiosa espanhola.
Juan Cala, o jogador acusado de proferir os alegados insultos a Diakhaby, reagiu às acusações, em declarações ao canal de televisão Deportes Quatro, à chegada às instalações do Cádiz: "Aparentemente, a presunção de inocência não existe neste país", lamentou.
A equipa do sul de Espanha anunciou que Cala, que prometeu contar a própria versão dos acontecimentos, "sem esconder nada", dará uma conferência de imprensa após o treino de terça-feira.
Decorria o minuto 29 do encontro no Estádio Ramón Carranza, quando, na sequência de um livre a favor do Cádiz, Cala e Diakhaby trocaram argumentos dentro da área valenciana, levando, posteriormente, o central francês a percorrer meio-campo para interpelar o adversário.
Depois de os jogadores das duas equipas terem separado Cala e Diakhaby, o francês foi admoestado com um cartão amarelo e esteve alguns segundos a explicar ao árbitro o que tinha acontecido, antes de se retirar de campo, acompanhado por todos os jogadores "che", entre os quais os portugueses Thierry Correia e Gonçalo Guedes.
O encontro foi reatado após um interregno de cerca de 20 minutos, durante o qual o Valência alega que o árbitro David Medié Jiménez deu conta aos jogadores das implicações que um abandono acarretaria, mas a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) veio negar essa versão.
Também esta segunda-feira, o treinador do Real Madrid Zinedine Zidane, reagiu ao que se passou em Cádiz e, embora assinalando não estar na posse dos detalhes, apelou à prática de "tolerância zero" para com qualquer expressão racista na esfera do futebol.