Antigo presidente diz que quando liderou o clube não havia passivo. “A gestão era séria e rigorosa”, frisa, “tristíssimo” com o que se passa.
Corpo do artigo
“Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado”. É citando uma célebre canção escrita por Aníbal Nazaré e Fernando Carvalho, interpretada pela fadista Amália Rodrigues, que Valentim Loureiro inicia a abordagem, ao JN, sobre a crise axadrezada.
Hoje com 86 anos, o major liderou o clube durante cerca de 20 anos, de 1978/79 a 1996/97. Presidente honorário e líder do Conselho Geral anda “tristíssimo”, repete, face aos últimos acontecimentos, que ditaram a queda do Boavista, primeiro com a descida à Liga 2, a que se seguiu a incapacidade de se inscrever nos campeonatos profissionais, entrada na Liga 3 e Campeonato de Portugal rejeitadas pela Federação Portuguesa de Futebol, com cenário provável a passar pela queda nos distritais. Isto além dos pedidos de insolvência da SAD e do clube.
“No meu tempo tudo era diferente. Havia uma gestão séria, honesta e rigorosa. Quando saí deixei o clube sem passivo e a não dever nada a ninguém. Agora fala-se em mais de 150 milhões de euros de dívidas... São números astronómicos. Eu pergunto: como é possível?”, questiona Valentim Loureiro.
“Fiz grandes transferências e as contas estavam certas. Agora é só problemas. O Boavista teve dirigentes, em vários casos, com grandes ordenados. Eu não ganhava nada”, atira o major.
Clube culpa SAD
O Boavista deseja ter em 2025/26 uma equipa sénior independente da SAD, anunciou o clube, numa carta aberta enviada aos associados.
"A prioridade é proteger o Boavista e assegurar que o futebol se mantém sob controlo do clube”, lê-se na missiva assinada pelo presidente, Garrido Pereira.
“O projeto do futebol profissional falhou para grande desilusão de todos nós, mas não foi certamente por responsabilidade do clube”, refere o presidente.
O Boavista diz “reunir condições para preservar” a atividade. “O clube está a funcionar com normalidade e tem todas as condições para manter e reforçar a atividade desportiva, formativa e social. O plano de recuperação é precisamente uma resposta responsável e estruturada para assegurar o futuro”, frisa.