Varandas: "O tricampeonato, se acontecer, é um terramoto para o futebol português"

"Nós entendemos o momento sensível que o Benfica atravessa do seu momento eleitoral. E nós respeitamos isso, mas também existem limites. Chega um ponto em que obriga a vir colocar os pontos nos is. A retórica, que já vem de há alguns meses, já começa a ser demais. Não é por se dizer mil vezes uma mentira que passa a ser verdade. E se me obrigaram a vir mil vezes repor a verdade, eu venho mil vezes repor a verdade. Sobre a arbitragem, entramos no ridículo em que temos um comunicado sobre o lance do jogo em Estoril. Como é óbvio, o Maxi Araújo é evidente para mim que não faz falta. O Pote não está à frente do guarda-redes. Por acaso ia no carro a ouvir as conferências de imprensa, e sobre o treinador do Estoril ouvi-o a queixar-se num lance de fora de jogo do João Carvalho que poderia ser perigoso e o fiscal não deixou terminar até ao fim. Não vi o Estoril a comentar nenhum destes lances. O que acontece é acabar o jogo e vamos tentar encontrar onde podemos arranjar aqui e ali", começou por dizer aos jornalistas, antes de olhar para os jogos do rival.

"Então vou fazer o exercício ao contrário. Estrela da Amadora x Benfica, um penálti. Para quem não gosta de contactos. Comentem esse lance. Ou então vamos ao Aves x Benfica. Penálti também dentro da área, como foi o contacto? Mas podemos também falar em contacto de um jogador do Benfica x Gil Vicente sobre o contacto na área do Barreiro. Como é esse contacto? Alverca x Benfica, quanto ao Ríos, um segundo amarelo não ficou por mostrar? Eu estou a dar exemplos que se eu quisesse usar a cartilha, o modus operandi era muito fácil", referiu, num tema em que nem o F. C. Porto escapou.

"Por exemplo, Rio Ave x F. C. Porto. Os golos de canto foram os dois legais? Há um que acho que não foi. Outro exemplo, o Sporting x F. C. Porto, o único que o Sporting perdeu. Um jogo muito bem disputado. Para mim o resultado mais justo seria o empate, mas o F. C. Porto vence. Mas se eu analisar esse jogo da forma como está a ser, o contacto do Geny na área não é 10 vezes superiores a estes em Aves e contra o Estrela da Amadora? Uma mão de um remate que o Suárez faz. Eu poderia ir por aí, mas não é a nossa forma de estar. Agora não me venham atirar areia para os olhos, porque eu sei o que é essa areia. É para desviar as atenções e o elemento escolhido, e a aí estou de acordo com eles, é a equipa que está mais forte", completou.

Frederico Varandas afirmou, ainda, que os leões não sentem qualquer pressão e são um alvo a abater: "Este ano disse aos meus jogadores que o bicampeonato foi uma ligeira convulsão para o futebol português. Há 70 anos que não se via e isto mexeu com muita coisa. O tricampeonato, se acontecer, é um terramoto para o futebol português. E isto assusta muita gente. Eu sei que vai haver muita pressão e muito ruído para que isso não aconteça. Pressão? Não, isso alimenta ainda mais os nossos jogadores e a nossa vontade de ganhar. Há 40 anos que esperávamos por ser o alvo a abater. Sentimo-nos confortáveis e estamos a pensar ficar aqui mais algum tempo", atirou.