Vasco da Gama: histórico clube regressa à 1.ª Divisão de basquetebol mas pode não jogar em casa
Pavilhão do clube portuense não cumpre os requisitos impostos pela Federação Portuguesa de Basquetebol. Subida foi garantida com equipa recheada de jogadores da formação.
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Três décadas depois, o histórico clube portuense Vasco da Gama está de regresso ao principal escalão nacional, num feito alcançado por uma equipa construída maioritariamente com jogadores da formação e apoiada num modelo de forte identidade e grande compromisso coletivo. “O objetivo inicial era apenas garantir a manutenção. Mas percebemos, ainda na primeira fase, que podíamos enfrentar qualquer equipa. Isso mudou tudo”, partilhou, ao JN, o treinador Nuno Freitas, que vai continuar na liderança da equipa na próxima época.
Apesar do título na Proliga, a temporada anterior foi marcada por limitações orçamentais e logísticas, nomeadamente com a integração tardia de jogadores estrangeiros, mas também por um espírito de grupo muito consolidado. “Além da escolha criteriosa dos jogadores, fizemos da entreajuda e resiliência a nossa base. Quando vimos que, mesmo sem a ter a equipa na máxima força, já estávamos a competir com os melhores, percebemos que podíamos chegar longe”, disse o técnico.
Fora do campo, o clube enfrenta dificuldades. O pavilhão Parque das Camélias não cumpre os requisitos exigidos pela Federação Portuguesa de Basquetebol para acolher jogos da 1.ª Divisão e há o risco de o Vasco da Gama não poder alinhar no seu mítico espaço. “Custa-me imenso pensar nisso. Subimos e, provavelmente, nem vamos poder jogar no nosso pavilhão. E não será sequer no Porto. Isso não é justo para este grupo, nem para os nossos adeptos”, lamentou o diretor Filipe Sá, contando com o apoio das autarquias locais para os investimentos necessários.
Com 150 atletas em vários escalões, o clube mantém-se fiel às suas raízes, ainda com o espírito do desporto em estado puro. “Estamos aqui por amor. Os nossos jogadores portugueses não têm salário, apenas um pequeno bónus. E continuam, por orgulho, com a mesma entrega. Isso diz tudo”, concluiu.