A União Ciclista Internacional demonstrou, esta quarta-feira, na Suíça, como a tecnologia de raio-x pode ser usada para detetar casos de "doping tecnológico". Nas imagens, é possível ver um pequeno motor escondido no quadro da bicicleta, que ajuda o ciclista a pedalar com menos esforço.
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O termo "dopagem tecnológica" foi introduzido no mundo do ciclismo em 2010, mas só em 2016 chegou a confirmação do primeiro caso de um ciclista apanhado em falta.
No final de uma etapa do campeonato do mundo de ciclocrosse, a ciclista belga Femke Van den Driessche foi apanhada com uma bicicleta alterada com um pequeno motor auxiliar, que lhe permitia exercer menos força ao pedalar, obtendo uma melhor performance.
A descoberta - confirmada pela União Ciclista Internacional (UCI) - foi o culminar de anos de suspeitas, inspeções infrutíferas e várias teorias da conspiração, com vídeos no YouTube a acusar atletas de, em certos momentos, terem usado bicicletas alteradas.
As primeiras suspeitas surgiram em 2010, quando Fabian Cancellara ganhou uma Volta à Flandres e uma clássica Paris-Roubaix, com fugas incríveis e depois de ter trocado várias vezes de bicicleta. O ciclista desmentiu as acusações e os testes provaram que não havia anormalidades na máquina do atleta.
Mais tarde, os inspetores da UCI utilizaram scanners e microcâmaras inseridas nos tubos dos quadros das bicicletas usadas na Volta a França, mas só no início de 2016 uma ciclista foi apanhada em flagrante, apesar de negar a acusação.
A bicicleta de Van den Driessche foi apreendida e inspecionada pela organização da prova, com um tablet equipado com um sensor de calor e de eletromagnetismo. Após o teste, não restaram dúvidas sobre a fraude.