Presidente da Câmara maiata assinou o despacho sobre a venda dos terrenos três dias antes de a assembleia municipal aprovar a hasta pública dos mesmos. Francisco Vieira de Carvalho, vereador do Partido Socialista, avança com queixa na Inspeção-Geral das Finanças.
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A Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), responsável verificação e publicação de toda a documentação em Diário da República, confirma, no site oficial, que o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, assinou o despacho sobre a venda dos terrenos onde deveria nascer a Academia do F. C. Porto a 22 de março, três dias antes de a assembleia municipal aprovar a hasta pública dos mesmos.
O documento seria publicado em Diário da República no dia 26 do mesmo mês, mas o facto de o edil maiato o ter enviado antes da reunião camarária vai levar a uma queixa de Francisco Vieira de Carvalho, na Inspeção-Geral das Finanças.
“O documento vem provar a mentira à volta deste negócio. Vamos fazer uma queixa judicial, a fim de repor a verdade”, disse, ao JN, o vereador do Partido Socialista, acrescentando: "estaremos hoje e sempre em defesa do interesse da Maia e dos maiatos".
Caso a Justiça venha a considerar nula a hasta pública que aprovou a venda dos terrenos, a nova direção do F. C. Porto poderá abrir um processo para reaver os 680 mil euros pagos pela SAD então liderada por Pinto da Costa como primeira prestação para a adjudicação dos terrenos. Recorde-se que o clube agora presidido por André Villas-Boas já assumiu, publicamente, ter desistido de construir a Academia do F. C. Porto na Maia devido à situação financeira que os dragões atravessam.
O JN tentou, sem sucesso, obter uma reação por parte da Câmara Municipal da Maia.