Milhares de pessoas partiram a pé, esta sexta-feira, rumo à montanha de Santa Luzia, em Viana do Castelo, para assistir ao final da segunda etapa da 75.ª Volta a Portugal. Pelo escadório ou estrada aos ziguezagues, muitos enfrentaram o caminho debaixo de um sol escaldante.
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O acesso automóvel foi cortado, desde o início da tarde, para libertar o caminho aos ciclistas que pedalam, esta sexta-feira, rumo à meta da segunda etapa da Volta a Portugal. O percurso final da segunda etapa percorre a estrada entre a cidade de Viana do Castelo e o santuário de Santa Luzia, no topo da montanha com o mesmo nome.
Os que quiseram ver os 153 ciclistas atravessar a meta, viram-se impossibilitados de viajar de carro até ao santuário e procuraram alternativas.
Uma das hipóteses mais cómodas foi viajar sentado, durante sete minutos, no funicular. O único senão era a fila com dezenas de pessoas à espera por uma vaga a bordo do veículo. A maioria optou por fazer o caminho a pé e encarar os 742 degraus do escadório que percorre, desde Viana do Castelo, a vereda da montanha de Santa Luzia.
"Foi muito difícil porque está muito calor", explicava Sónia Parente. Entre o filho Guilherme e o marido, José Paulo, Sónia confessa que o "sacrifício" de subir o escadório durante vários minutos "valeu a pena". Este é um percurso que a população local costuma percorrer pelo menos uma vez por ano.
"Normalmente costumo ver a volta pela televisão, mas este ano é muito especial porque está na nossa terra e num sítio magnífico", acrescentou, antes do marido, ainda ofegante, completar: "Custa, mas faz-se bem".
Entretanto, António Cerqueira, que também subiu os mais de 700 degraus do escadório, tentou garantir o ânimo ao chegar ao último lance de escadas: "Vamos embora que lá em cima estão a dar sandes de fêveras e vinho verde", dizia.
Além do escadório, um dos outros caminhos disponíveis foi a estrada, em ziguezague, que também liga a cidade ao topo da montanha.
"Custou um bocado, mas quando se gosta não cansa", disse Rosa Correia, ao fim de 20 minutos de caminhada, monte a cima. Habituada a fazer o percurso, levou consigo a sobrinha.
"Não estava a contar com esta estafa. A última vez que fiz esta caminhada ainda era muito pequena, não me lembrava", admitiu Cláudia Correia, a sobrinha de Rosa, de 16 anos.
Luís Silva veio de Braga até Viana do Castelo, de carro, com o propósito de cumprir o ritual de ver a Volta a passar. Preferiu percorrer o caminho até Santa Luzia através da estrada que, embora avance aos ziguezagues, "faz-se melhor do que pelo escadório".
Os 153 ciclistas da 75.ª Volta a Portugal enfrentam esta tarde o primeiro desafio, no final da segunda etapa, cuja meta coincide com o alto de Santa Luzia, em Viana do Castelo.