F. C. Porto emite comunicado em que assume não ter condições financeiras para avançar, nesta fase, com o projeto apresentado por Pinto da Costa para a formação.
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No dia em que ficou a saber-se que a Câmara da Maia recebeu um cheque de 510 mil euros sem cobertura, passado pela administração anterior da SAD portista, relativo à segunda tranche do valor acordado para a compra em hasta pública dos terrenos para os quais estava projetada a construção da Academia do F. C. Porto, o clube azul e branco emitiu um comunicado em que assume a impossibilidade financeira de avançar com o projeto nesta fase.
"Durante a campanha eleitoral, o agora presidente do FC Porto, André Villas-Boas, manifestou a sua preocupação com a forma - precipitada e pouco ponderada - como a anterior administração tinha decidido avançar para o projeto de uma academia de formação e treino de atletas na cidade da Maia. Não obstante, deixou o agora presidente a garantia de que, uma vez eleito, iria, juntamente com a sua equipa, analisar cuidadosamente o projeto, nomeadamente em termos de utilidade, timings de conclusão de obra e custo", pode ler-se na nota.
"Após a entrada em funções no dia 28 de maio, a nova administração procedeu à referida análise dos vários elementos do projeto da Maia, incluindo do estado do procedimento de hasta pública para a aquisição dos terrenos (o que envolveu prévias reuniões com o presidente do município, bem como com o gabinete de arquitetura responsável pelo projeto). As preocupações manifestadas pela nova Administração quanto à forma como se decidiu avançar para o projeto da Maia, nomeadamente sem aparente consideração adequada sobre a capacidade financeira do clube para, nesta fase, completar os diversos passos subjacentes ao projeto, incluindo a aquisição dos terrenos em causa, bem como a tramitação aparentemente acelerada do procedimento, vieram a revelar-se inteiramente fundadas", acrescenta o comunicado dos portistas.
"Com efeito, para além de se ter verificado que, surpreendentemente, não existia qualquer plano concreto de viabilidade financeira para a construção do centro de treinos na Maia, veio também a verificar-se que a anterior administração da SAD do FC Porto havia já falhado o pagamento da segunda prestação relativa ao procedimento de hasta pública para a aquisição dos terrenos ao Município da Maia. No dia de hoje, a atual administração confirmou à Câmara Municipal da Maia que, efetivamente, o clube não teria nesta fase possibilidades financeiras de dar continuidade ao processo tendente à aquisição dos terrenos em causa", revela o F. C. Porto
"A F. C. Porto SAD continuará agora a trabalhar afincadamente no sentido de analisar e explorar as alternativas disponíveis que permitam ao F. C. Porto, dentro dos constrangimentos que tem e sem hipotecar o seu futuro, vir a estar dotado das infraestruturas de que necessita para entrar na modernidade e continuar a ser uma referência a nível mundial", conclui a nota, que no fundo abre caminho ao projeto da construção do Centro de Alto Rendimento, no Olival, defendido por Villas-Boas desde a campanha para as eleições que viria a ganhar a 27 de abril.