Candidato à presidência do F. C. Porto volta a criticar a Direção liderada por Pinto da Costa e elogia o treinador
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Em nova ação de campanha, desta vez na Suíça, onde se encontrou com adeptos da casa do F. C. Porto de Lausanne, André Villas-Boas não poupou a atual Direção dos dragões.
"Tivemos muito sucesso desportivo, devemos muito ao presidente Jorge Nuno Pinto da Costa. Continuarei a repetir o que já disse: será para sempre para todos nós o presidente dos presidentes do F. C. Porto. O seu legado será sempre honrado por esta candidatura e o seu passado será sempre honrado por esta candidatura. Mas agora, é o tempo de um novo acordar. O futebol assim o exige. Estamos a ficar para trás. E se não fosse a sagacidade de um treinador realmente especial, podia ainda ter corrido realmente mal. É um treinador que consegue transformar a equipa fruto do seu grande amor pelo F. C. Porto. Tem uma capacidade de motivar os atletas como ninguém. Mas, de certa forma, mascarou o estado real das coisas que se passam no topo, na direção", afirmou o candidato às eleições de 27 de abril.
As contas da SAD portistas estiveram, de novo, sob a mira do ex-treinador. "Nos últimos 12 anos, o F. C. Porto adicionou 250 milhões de euros ao seu passivo. E ao mesmo tempo que isso aconteceu, vendeu muito talento, mas teve uma margem de ingresso muito, muito curta relativamente às vendas que fez. Há muito dispêndio de dinheiro que está relacionado com comissões, intermediações, pagamentos a clubes terceiros, pagamentos a clubes formadores, e a realidade é que o F. C. Porto, nos anos em que vendeu mais, não conseguiu criar riqueza", disparou, perante uma plateia de cerca de 140 pessoas, sem se deter nas críticas.
"O F. C. Porto tem 88% dos sócios em três distritos apenas - Porto, Braga e Aveiro. Ou seja, a Sul e a Centro é um deserto. Resistem apenas os bravos fora da zona do Porto. E aqui também vocês [fora de Portugal]. Nestes últimos 20 anos, podíamos ter crescido abruptamente por esse mundo fora, porque somos uma marca forte, temos valores únicos, temos cultura Porto, de paixão, de desejo, de dedicação, mas acabámos por nos tornar infelizmente um clube fechado, bairrista. Isto em vez de crescermos nacionalmente como o melhor clube português, com o maior número de associados", disse.
"Infelizmente, a realidade é essa: pagámos um preço muito elevado por termos tido uma Direção que se acomodou nestes últimos 20 anos, e que acabou por tornar o F. C. Porto de certa forma o seu quintal, o que impediu o seu crescimento", acrescentou.