Villas-Boas: “Dizer que sou apoiado por inimigos é uma falta de respeito pelos sócios”
O candidato à presidência do F. C. Porto apresentou, esta quinta-feira, António Tavares e Angelino Ferreira para liderarem, respetivamente, a Mesa da Assembleia Geral e o Conselho Fiscal e Disciplinar caso seja eleito nas eleições de abril e respondeu às acusações de que foi alvo por parte do atual líder dos dragões.
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Depois de um discurso em que reiterou as linhas mestras da candidatura e em que deu a conhecer os “dois grandes portuenses e portistas” que fazem parte da sua lista, André Villas-Boas respondeu às perguntas dos jornalistas, começando por ser questionado sobre o facto de Pinto da Costa ainda não ter assumido a recandidatura.
“Essa pergunta tem de ser feita ao próprio. Não me cabe adivinhar ou responder pelo presidente do F. C. Porto”, referiu o candidato, antes de ser confrontado com as acusações de que foi alvo por parte de Pinto da Costa, num programa a ser exibido pela RTP no final do mês.
“Queria marcar esta candidatura e campanha pela positiva e entrar num bate-boca dessa natureza não valoriza o F. C. Porto nem a campanha. Sinto a força e vontade de mudança dos associados. Dizer que sou apoiado por inimigos ou pela Comunicação Social de Lisboa é uma falta de respeito pelos sócios. Esta candidatura marca-se pela positiva, por um debate de ideias, sustentabilidade financeira. São esses os problemas que me interessam e não rebater retóricas do passado”, defendeu, antes da pergunta sobre se tem guardada alguma “cadeira de sonho” para Pinto da Costa caso seja eleito presidente do F. C. Porto.
“Já fui bem claro e não preciso responder pelo sentimento geral dos associados. É o presidente dos presidentes, que marcou tanto do portismo dos que estão aqui presentes. As minhas memórias estão ligadas ao F. C. Porto de Pinto da Costa. Será sempre tratado com o máximo respeito e elevação. Desconheço se será adversário, mas será sempre respeitado como o presidente dos presidentes”, afirmou André Villas-Boas, reforçando que pretende contribuir para que a equipa de futebol, treinada por Sérgio Conceição, mantenha toda a tranquilidade nesta fase da época.
“Não posso responder pela gestão desportiva, porque não estou no controlo da mesma. Cabe à direção propor renovação de contrato [ao treinador] ou não. Sempre tentei perceber a razão de não renovar com o treinador, três vezes campeão pelo clube, agora não quero ser disruptor num momento decisivo da época. Sentar-me-ei com o treinador do F. C. Porto quando lá chegar. Tenho confiança plena no Sérgio como portista, que sabe viver o F. C. Porto”, salientou, antes de responder sobre o que o levou a apoiar a candidatura de Pinto da Costa nas últimas eleições.
“O que mudou [desde então] foi a gestão e o modelo operacional. Sempre funcionou e agora é disfuncional, deteriorar condição desportiva e financeira, além de um distanciamento da vida associativa. É por isso que apresento a candidatura”, lembrou, terminando a falar da relação do clube com as claques.
“Há um conjunto de tradições com os Grupos Organizados de Adeptos [GOA] que todos os associados respeitam, mas cabe-nos entender os processos e protocolos associados e ver se há algo que seja desrespeitador dos restantes associados. Parece-me evidente que muitos sócios se queixam de estrangulamento dos bilhetes, sobretudo nos jogos fora, pelos mesmos estarem assumidos pelos GOA”, disse.