Villas-Boas e o empréstimo pessoal de 500 mil euros: “Fi-lo de coração aberto”
O presidente do F. C. Porto, André Villas-Boas, comentou, esta sexta-feira, o facto de ter disponibilizado 500 mil euros ao clube pouco depois de tomar posse, admitindo ter sido uma necessidade urgente de tesouraria.
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O líder dos dragões abordou o tema no final da conferência de imprensa de apresentação das contas consolidadas de 2023/24, que terminaram com um resultado líquido negativo de 21 milhões de euros. Sobre o empréstimo, a título pessoal, de 500 mil euros, sem juros, André Villas-Boas não escondeu que, caso seja necessário, o voltará a fazer.
“Em relação ao meu empréstimo foi uma resposta a uma urgência de tesouraria. Disponibilizei-me enquanto associado e não como presidente. Fi-lo de coração aberto como portista que sou e voltaria a fazer em caso de necessidade”, afirmou o presidente portista, não se mostrando admirado com o prejuízo registado na época passada.
“Foram números que fomos debatendo na campanha eleitoral. Estávamos à espera do que podia acontecer, temos um período muito curto de atividade, em que nos dedicamos a resolver problemas de tesouraria. Tivemos de interagir com adeptos e sócios, que subscreveram o papel comercial num total de 12 milhões de euros, o que nos permitiu continuar com a atividade corrente da sociedade. Ninguém gosta de perceber que não tínhamos nenhuma liquidez”, destacou.
Villas-Boas anunciou um dos principais objetivos a curto prazo: “Temos registado com agrado este movimento associativo e isso ficou claro na compra de lugares anuais e aumento de associados, sem lançamos qualquer campanha. Queremos ser o segundo clube com mais associados, a curto prazo, e para já reduzir essa diferença para o Sporting. Temos de agradecer esta nova forma de viver o F. C. Porto. Alguns não se identificavam como o clube estava a ser gerido”.
Apesar de o administrador financeiro, José Pereira da Costa, ter admitido que a vida de qualquer clube depende, em grande parte, da venda de jogadores, André Villas-Boas garante que não pretende facilitar a saída de pesos pesados no mercado de janeiro.
“Nesta fase não temos perspetivado que sejam executadas cláusulas de rescisão, estamos relativamente tranquilos para que a equipa tenha condições para ser campeão e qualificar-se para a próxima Champions. Se houver ataque aos nossos jogadores, iremos remeter para as cláusulas. Esta foi a equipa que construímos para atacar campeonato e estamos confiantes que será a que se vai manter até ao final da época”, assumiu.