O líder da lista “Só há um Porto” visitou, este domingo, a casa do F. C. Porto da Afurada na companhia do filho de José Maria Pedroto e deixou rasgados elogios a Sérgio Conceição, revelando que a candidatura de Pinto da Costa não queria que fosse necessário o Cartão de Cidadão para votar nas eleições de dia 27.
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Recebido em Vila Nova de Gaia com bombos e muita festa numa das mais emblemáticas casas dos dragões, André Villas-Boas guardou a primeira palavra para os sócios e os adeptos que marcaram presença na casa e, depois, no Auditório da Junta de Freguesia.
“Obrigado por esta magnífica receção, estou de coração cheio e tenho de fazer já uma promessa de regressar à Afurada. Queremos lançar o F. C. Porto para uma nova fase da sua vida, mais próximo dos sócios e a ganhar títulos. Temos pessoas competentes para pôr o F. C. Porto no seu devido lugar”, afirmou o candidato da Lista B, ao lado de Rui Pedroto que, há pouco tempo, criticou fortemente as declarações de Pinto da Costa.
“O Rui Pedroto é um grande amigo e o seu pai está intimamente ligado à história do F. C. Porto. Será uma grande ajuda nesta caminhada”, admitiu Villas-Boas, antes de realçar as linhas mestras do projeto.
“Temos errado muito na escolha dos jogadores e perdido muito, muito dinheiro. Há que construir plantéis competitivos. Temos um legado único do presidente Pinto da Costa. É o nosso passado histórico, temos de o honrar e será uma pressão para esta direção. O nosso ADN é ganhar, fundado na cidade do Porto, com os nossos valores e cultura. Continuar a crescer de forma sólida e sustentável”, pediu.
Villas-Boas voltou a criticar a política financeira do clube e atribuiu todo o mérito pela conquista dos últimos três títulos de campeão nacional a Sérgio Conceição: “Nos últimos 12 anos acumulámos 250 milhões de euros ao passivo, que agora é de 500M€. Os três títulos nacionais que conquistamos muito se devem à sagacidade do treinador, imbuído de um espírito único. Foi trabalho de um homem só, porque no campo da gestão acabámos por nos arruinar”, defendeu.
“Lourenço Pinto foi o adulto na sala”
Questionado por um sócio sobre se confia no funcionamento do ato eleitoral de dia 27, André Villas-Boas revelou que a lista de Pinto da Costa pretendia que se pudesse votar apenas com a apresentação do cartão de sócio.
“Temos estado em comunicação total com dr. Lourenço Pinto. Foi um ponto de honra para as duas candidaturas [a nossa e a de Nuno Lobo] que se exigisse o cartão de cidadão e cartão de sócio. A candidatura de Pinto da Costa não achava importante a apresentação de Cartão de Cidadão. Há muitas pessoas que não atualizaram foto no cartão de sócio e isso poderia causar problemas”, disse.
Ao lado de Villas-Boas esteve António Tavares, candidato da lista “Só há um Porto” à Mesa da Assembleia Geral (MAG), que elogiou o atual líder da MAG e deixou algumas críticas a quem esteve na preparação das eleições.
“Lourenço Pinto foi, como se costuma dizer agora, o adulto na sala, quando algumas pessoas não estiveram a esse nível. Isto vai. Que não haja provocações nas filas para votar e não haja dificuldades como houve na triste assembleia de 13 de novembro. O F. C. Porto é dos associados e a candidatura do Villas-Boas vai unir o clube”, afirmou António Tavares.
"Ninguém nos ouve. Só nos atacam e enxovalham pessoal e profissionalmente"
Questionado sobre a divergência das duas principais candidaturas em relação à construção da Academia do clube, André Villas-Boas voltou a destacar os méritos que encontra na sua escolha, no Olival, em Vila Nova de Gaia.
"Não podemos estar sujeitos a mais atrasos na Academia na Maia. No Olival terá metade do custo, é muito mais rápido na construção e permite e unidade das várias equipas. A nossa não tem magnitude da outra obra, mas tem a vantagem do preço e da unidade", começou por dizer o candidato, antes de voltar a criticar a direção de Pinto da Costa em tomar decisões importantes tão perto das eleições.
"O que nos custa é perceber o porquê de apressar e contratualizar esta obra – há dois ou três meses pedimos ao presidente para não fazer obras estruturantes tão perto das eleições. O problema aqui é que ninguém nos ouve, só nos atacam e enxovalham do ponto de vista pessoal e profissional. Este é o caminho que queremos, de esclarecimento e transparência. Sei que foi provocatório fazer o anúncio do Centro de Alto Rendimento em Lisboa, mas os portistas de Lisboa ficaram muito felizes. Temos de deixar de comunicar só para dentro", pediu André Villas-Boas.