Villas-Boas espera que a "caneta dos sócios não trema" nas eleições do F. C. Porto
Candidato às eleições do F. C. Porto admite "peso histórico e emocional" da candidatura de Pinto da Costa, mas acredita que está a conseguir convencer os sócios.
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Numa sessão de esclarecimento realizada esta terça-feira à noite em Felgueiras, com cerca de 200 sócios e adeptos do F. C. Porto presentes no auditório da biblioteca local, André Villas-Boas voltou a apelar ao voto nas eleições de 27 de abril, insistindo nas propostas que tem para o clube azul e branco.
"Compreendo que há uma candidatura mais emocional e outra mais racional. Não trazia estas taças [réplicas da Liga Europa e da Liga dos Campeões] se não soubesse o que é o legado de Pinto da Costa. Isto é um fator de exigência. As pessoas terão de decidir emocionalmente ou racionalmente. Votem no que acreditam, isso é o mais importante. O debate vai convencendo cada vez mais pessoas. Esta plateia é incrível. Há um peso emocional e histórico com a outra candidatura. Se na hora da verdade a caneta vai tremer, espero que não trema senão o voto é considerado nulo", afirmou o candidato.
"Sempre demos suporte a um grande presidente que nos deu estes títulos todos. Mas este é um novo acordar. O F. C. Porto nunca esteve a debate, sempre esteve fechado sobre si mesmo. Aconteça o que acontecer a 27 de abril, este é um novo F. C. Porto que se vai levantar. Não tenho dúvidas. Eu sei que é difícil desprenderem-se de Pinto da Costa", acrescentou.
Sobre o projeto que tem para o caso de ser eleito, Villas-Boas repetiu as ideias fortes da candidatura e sublinhou a necessidade de ganhar logo no primeiro ano. "A parte desportiva é o coração do clube e da sua sustentabilidade. Se vencer as eleições, vocês vão exigir de mim como nunca. O peso da responsabilidade estará sobre a minha Direção. No primeiro ano, é fundamental reencontrar o título de campeão nacional. Temos de ter equipas para ganhar, que sustentem a recuperação financeira. Temos vindo a perder capacidade competitiva e encontrar talento é cada vez mais difícil. Estamos sujeitos a falhar, mas o que nos interessa é reduzir essa margem de erro ao mínimo, é contratar bons jogadores que nos permitam formar bons plantéis", disse, insistindo nos problemas financeiros que a SAD portista tem vivido nos últimos anos.
"A área financeira em que nos encontramos está uma situação limite. A perda da nossa capacidade competitiva tem a ver com isso. Temos cada vez mais de antecipar receitas futuras, de operar com juros caros. Ninguém quer o F. C. Porto nas mãos dos credores", salientou.
Questionado por um adepto sobre o caso das tarjas roubadas no museu portista e de relatos nas redes sociais de "pessoas infiltradas" da candidatura terem sido as responsáveis pelo assalto, Villas-Boas não evitou um sorriso. "Uma tarja é um bem sagrado de um grupo organizado de adeptos. Tive vergonha. O roubo não pode ser encarado com a leviandade do departamento de segurança. Não sei se a direção foi informada ou não. Compreendi o protesto das duas claques. Uma coisa daquelas não pode acontecer. Sou doador do museu. Se souber que minha medalha da Liga Europa ou a minha braçadeira de treinador que estão no museu desapareceram também me vai custar", disparou, numa sessão em que garantiu que, caso seja, eleito, será um presidente "não remunerado" e recordou a saída para o Chelsea em 2011.
"Há três pessoas que sabem a verdade: Pinto da Costa, Antero e Villas-Boas. E há três pessoas que sabem que o André Villas-Boas treinador batalhava para que os interessados pagassem a cláusula de 15 milhões de euros. O André Villas-Boas foi receber no Chelsea metade do que ganha o treinador mais bem pago em Portugal. Foi receber pouco mais do que ganhava o treinador da equipa que ficou a 21 pontos de distância do F. C. Porto em 2010/11. Antes de falar do André Villas-Boas treinador do Chelsea, é preciso ter conhecimento e não acreditar em determinadas coisas que algumas pessoas dizem. A ferida de ter saído é irreparável em alguns adeptos. Outros já esqueceram e já sarou. São esses que recebem o André Villas-Boas de braços abertos. Há outros que não conseguem".
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