Villas-Boas revela cinco metas a cumprir se for eleito presidente do F. C. Porto
Programa eleitoral de André Villas-Boas indica que o novo modelo de gestão desportiva do F. C. Porto estará concretizado até 2025
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André Villas-Boas prevê que a implementação de um novo paradigma de gestão desde a formação até à equipa principal de futebol do F. C. Porto deverá estar concretizada até 2025. De acordo com o programa eleitoral da lista B, ao qual o JN teve acesso, essa é a primeira de cinco metas estratégicas na visão a 10 anos apresentada pelo ex-treinador e candidato às eleições de 27 de abril, cuja "absoluta prioridade" será a "filosofia desportiva do clube".
A estrutura do futebol vai ser liderada pelo diretor desportivo, cujo nome será anunciado na quinta-feira, devendo incidir no ex-internacional espanhol Andoni Zubizarreta, que trabalhou com Villas-Boas no Marselha, entre 2019 e 2020.
De acordo com o programa, sob a alçada do espanhol estarão diretores para as áreas do futebol profissional, da prospeção, da formação, da performance e do futebol feminino, interligadas num modelo organizacional capaz de "refletir a complexidade e multidimensionalidade do futebol atual e, ao mesmo tempo, frisar a importância de ter pessoas certas nos lugares certos em cada momento". Quatro desses dirigentes ainda são desconhecidos, mas o programa propõe o nome de Pedro Silva para chefiar um gabinete de performance transversal a todos os escalões dos dragões.
De 2025 a 2027, André Villas-Boas quer um F. C. Porto com infraestruturas renovadas e que sustente a sua valorização na formação em todas as modalidades, meta potenciada pela construção de um centro de alto rendimento para as equipas profissionais no Olival, em terrenos adjacentes ao vigente Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia. A empreitada terá um pavilhão para as modalidades, incluindo o futsal, cuja visão a curto prazo varia entre o desenvolvimento em paralelo de jovens nas quadras e no futebol até aos 12 anos e estudos para a entrada a solo do futsal nos escalões de sub-15 e sub-17.
Apontando também a criação de equipas de sub-17, sub-19 e sénior de futebol feminino para a próxima temporada, a lista "Só há um Porto" pretende estudar a hipótese de fazer regressar o atletismo e o voleibol masculino, e respetivas camadas jovens, em 2025/26.
O terceiro eixo da visão de Villas-Boas pugna por uma marca forte e valorizada no mercado entre 2026 e 2028, alicerçada em participações consistentes nas competições internacionais de referência e enquadrada pelas práticas de boa governança corporativa.
Uma comissão de ética não executiva, um código de conduta transversal à estrutura do Grupo F. C. Porto e um portal da transparência são algumas propostas da lista B, que visa estreitar as relações do clube com os reguladores nacionais e internacionais do futebol.
A reestruturação económico-financeira é outra prioridade de André Villas-Boas e tem de estar consolidada de 2028 a 2032, "sendo essencial encontrar novas fontes de receitas, reduzir custos operacionais e iniciar uma trajetória de redução da dívida", para atenuar a dependência das verbas da UEFA e equilibrar as contas, sem limitar o êxito desportivo.
Gestão rigorosa, potenciação dos proveitos operacionais e geração de resultados com a valorização de ativos são caminhos para redefinir essa política financeira, cuja prioridade vai ser dada ao encurtamento do passivo, fruto da "renegociação de prazos e serviço da dívida", de maneira a assegurar a manutenção do atual modelo de propriedade do clube.
Promovendo estímulos na relação com sócios e adeptos e uma transformação digital de diversas áreas do Grupo F. C. Porto, Villas-Boas confia que os dragões sejam um modelo dentro e fora do país de 2032 a 2034, integrando o top 10 do ranking europeu de clubes.
"O programa não é apenas uma estratégia para vencer estas eleições. É uma visão, um compromisso e, acima de tudo, a personificação da paixão que nós partilhamos pelo FC Porto, aliada à exigência e responsabilidade inerentes à presidência do clube", apontou o candidato.