Vítor Bruno, treinador do F. C. Porto, fez a antevisão do duelo contra o Moreirense, em Moreira de Cónegos, a contar para a Taça de Portugal. O técnico referiu que é importante reagir à derrota contra o Benfica, desvalorizou as notícias da chegada ao Olival e adiantou que Nico anda sobre gestão.
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"Um encontro com grau de dificuldade elevado seguramente. Uma equipa que não perde em casa no passado recente, são praticamente seis ou sete jogos, num deles com um rival nosso. Será sempre um jogo diferente do que tivemos na Taça da Liga. O onze será naturalmente diferente, quer da parte deles ou da nossa. O momento e o contexto será outro, jogam perante os seus adeptos. Agora, vamos com grande vontade de regressar às vitórias, reerguer novamente. Há que virar a página rápido. Já fizemos um jogo a eliminar com o Moreirense e fomos bem sucedidos e teremos de ter muita vontade amanhã para conseguir fazê-lo", começou por dizer Vítor Bruno, analisando o adversário que irá defrontar na Taça de Portugal.
Questionado pelos jornalistas, o treinador do F. C. Porto também referiu que a reação dos adeptos após o jogo contra o Benfica, numa chegada contestada ao Olival, deixou, de certo modo, algum "impacto".
"Deixa sempre mossa. Dá agonia de resolver no dia seguinte, neste caso prolonga-se por mais tempo. As crenças estão lá a partir do primeiro dia após uma derrota que nos doeu. Agora, eu olho muito para estas questões e gosto de ser prático. Muito daquilo que nós somos é resultado de 20 ou 30% daquilo que nos acontece, e se calhar 70 ou 80% da forma como reagimos. O que fizemos foi identificar problemas do jogo com o Benfica e ir procurar soluções, sempre assentes nas convicções que temos", explicou.
E acrescentou: "Os adeptos são soberanos e o grande motor do clube. Têm espaço para se manifestar, agora a forma como o fazem, se concordo ou não, isso é outra questão. É preciso não esquecer qual é o perfil do plantel, a média de idades da equipa e o tipo de jogadores que temos. São miúdos em idade precoce, se calhar é uma forma de ganhar astúcia, só o tempo dirá. Agora, estou aqui há oito anos, conheço todos os atalhos da casa e se há algo que sai por conveniência, eu também compreendo."
Sobrecarga de jogos antes do encontro contra o Benfica
Vítor Bruno traçou diferenças entre os períodos dos pós Manchester United e pós Benfica, lembrando que no último dos cenários houve uma margem maior para fazer análise e as devidas retificações.
“Fomos a única equipa em Portugal que teve três ciclos a jogar ao terceiro dia. E jogar ao terceiro dia é diferente de jogar ao quarto. Competimos em condições diferentes do nosso adversário. E se calhar outros rivais também competiram em condições diferentes perante o outro. Estamos a falar de menos um dia, com mais uma viagem em cima, quer dizer, são tudo factos inegáveis. Se devíamos ter competido de outra maneira, tudo isso eu concordo. Em relação à dor do Benfica foi mais prolongada no tempo, porque não tivemos competição no imediato. Andamos muito por cima e trabalhámos com os jogadores", destacou.
O técnico frisou, ainda, que o grupo é diferente e que é importante "estabilizar a equipa do ponto de vista do rendimento" e ter "quem agarre na equipa em determinados momentos".
"Olhamos para a equipa atual, e quem são as grandes referências do FC Porto que estão no balneário? É difícil. Tudo isso requer tempo. O ser F. C. Porto é ter estranhado no corpo, ou se nasce com isso e vem quase por afetividade, ou por influência de terceiros. É esse o nosso papel aqui dentro. Fazer entranhar a mística, a raça, o retratar no campo do que é o adepto do F. C. Porto, sério, trabalhador, honesto e apaixonado. É isso que o adepto quer ver retratado em campo. A essência do F. C. Porto não se pode perder, nunca."
Nico gera preocupações
Quanto ao boletim clínico, Grujic e Gul estão de fora e há outro elemento que gera preocupação: “ O Nico anda há um mês com um problema no pé que o incomoda, que o tira muitas vezes de parte do treino. Temos de fazer uma gestão muito cuidada da situação dele”, afirmou.
Por fim, o técnico do F. C. Porto exaltou todo o profissionalismo de Fran Navarro, a “janela de oportunidade” que se poderá abrir em Moreira de Cónegos e fechou, novamente, com o tema da chegada ao Olival.
“Não ia de cabeça de fora a ver se pontapearam ou não. Estava um nevoeiro forte nesse dia. Tudo o que sei é que aquilo que saiu na imprensa no dia a seguir foi empolado. Danos na viatura, zero! Agora, como querem passar a mensagem e com que interesse a querem passar, isso já não depende de mim. Desperdiço zero da minha energia com coisas que não controlo. O que quero é ir a jogo amanhã, ser muito FC Porto e trazer uma vitória para estar na próxima eliminatória da Taça de Portugal”, rematou.