Corinthians e Botafogo venceram na 13.ª jornada do Brasileirão, mas nem isso acalmou os treinadores portugueses. Vítor Pereira pediu honestidade intelectual a quem fala da sua equipa, enquanto Luís Castro, expulso do banco frente ao Internacional, disse ter vivido "um dos dias mais complexos" nos bancos.
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O Corinthians, treinado pelo português Vítor Pereira, venceu na receção ao Goiás, por 1-0, e alcançou na liderança o Palmeiras, que tem menos um jogo.
O golo que valeu os três preciosos pontos à equipa de Vítor Pereira foi marcado aos 34 minutos, por Fábio Santos, na transformação de uma grande penalidade, num encontro em que o lateral português Rafael Ramos foi titular no '"Timão".
Após a partida, Vítor Pereira abordou a rotatividade que tem implementado na equipa, justificada pela gestão física dos seus jogadores. "Se meter a equipa-tipo a jogar três vezes, tenho quatro ou cinco lesionados. Esta é a verdade, só que as pessoas não a querem ver. Temos de ser intelectualmente honestos", exclamou, defendendo que, "se não tivéssemos os miúdos com vários jogos nas pernas, o Corinthians estava a lutar para fugir ao rebaixamento".
O Botafogo, treinado pelo português Luís Castro, venceu o Internacional, por 3-2, num jogo marcado por uma arbitragem polémica.
Logo aos 2 minutos, o médio do Internacional Alan Patrick chutou "à queima" a bola contra o peito do central do Botafogo, Philipe Sampaio (ex-jogador de Boavista, Feirense e Tondela), fazendo que esta resvalasse para o braço, e levando o árbitro a assinalar penálti, gerando uma onda de revolta nas hostes da equipa de Luís Castro.
O lance foi revisto pelo videoárbitro (VAR), mas a decisão não foi revertida, apesar de o remate ter sido executado a curta distância e de a bola ter embatido claramente no peito do defesa, que seria expulso por protestos, tal como o técnico luso.
Esta decisão do árbitro estragou literalmente a partida, que ficou marcada, por entre vários episódios de confrontos e confusões, por seis amarelos e um vermelho para os cariocas e cinco amarelos e um vermelho para a formação gaúcha (mostrado apenas aos 90+16, para o argentino Gabriel Mercado), além de dois golos anulados por fora de jogo ao Internacional, aos 56 e aos 90+4, e um tempo de compensação superior a um quarto de hora.
O Internacional cedo aproveitou a vantagem numérica para chegar aos 2-0, por Edenilson, aos nove minutos, de penálti, e pelo lateral argentino Fabrício Bustos, aos 14 minutos, mas o Botafogo reduziu cinco minutos depois, pelo avançado Vinícius Lopes.
Na segunda parte, a equipa de Luís Castro fez o 2-2 aos 59 minutos, pelo avançado Erison, resultado que se manteve até ao período de descontos, até ser desfeito pelo lateral esquerdo Hugo, aos 90+11, dando uma vitória épica ao Botafogo.
Ainda durante o jogo, o investidor norte-americano John Textor, que entrou na gestão do Botafogo e que chegou a manifestar interesse em investir no Benfica, não esperou pelo final da partida para escrever das redes sociais: "Temos que limpar o futebol brasileiro. Sávio Pereira Sampaio [árbitro da partida]... Você deve renunciar para bem do futebol".
Já Luís Castro confessou ter vivido "um dos dias mais complexos da carreira", acrescentando não saber o motivo da sua expulsão. "Fui expulso com o árbitro a 30 metros de mim, sem ter uma palavra de explicação".
O técnico português considera "inexistente" a grande penalidade assinalada contra a sua equipa, mas o lance acabou por unir a equipa, que operou uma reviravolta épica.