Com os campeonatos suspensos e os pavilhões fechados, os voleibolistas prosseguem, em casa, a preparação física, mas admitem grande incerteza quanto ao retomar da temporada.
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Hugo Gaspar (Benfica), Miguel Maia (Sporting) e João Simões (Sporting de Espinho) cumprem longe dos colegas de equipa os exercícios determinados pelos clubes, através de programas delineados pelos preparadores físicos, "para manter a forma possível sem bola e sem treinos no pavilhão".
Por muito diligentes que os atletas sejam na prática diária de exercício físico, com a supervisão dos respetivos clubes, estes estão cientes de que "será muito difícil ou mesmo impossível" manter a forma sem os jogos e o treino regular em equipa e o retomar da competição "será muito difícil".
"Uma paragem como esta, ainda sem tempo previsto, mas que na minha perspetiva não será breve, provoca uma quebra enorme. Creio mesmo que as competições estão em risco", referiu à agência Lusa Hugo Gaspar, anotando que em alguns países europeus a suspensão das provas já passou a definitiva.
Em casa, os jogadores seguem, conforme delineado pelos clubes, em programas que lhes chegam através das várias redes sociais, uma série de exercícios físicos baseados nos métodos HIIT e da variante Tabata, também conhecidos como treino cárdio de alta intensidade.
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Hugo Gaspar, que para além do voleibol está na linha da frente do combate à Covid-19 como médico, cumpre escrupulosamente o definido pelo clube, que partilha depois através de vídeos, no WhatsApp, e registos alcançados, para "fomentar um espírito saudável de competição entre os colegas".
Por possuir conhecimentos médicos que lhe permitem uma perspetiva diferente do momento que se vive devido à pandemia da Covid-19, o atleta do Benfica admite que "a época está em risco e que dificilmente poderá ser retomada em poucas semanas".
Miguel Maia, capitão do Sporting, está a encarar "com serenidade, mas com algum receio, este momento que ninguém imaginaria viver" e, tal como Hugo Gaspar, apesar de se manter em atividade, reconhece que "dificilmente será possível manter a forma a 100% sem treino".
Tal como os restantes colegas da equipa leonina, o distribuidor segue com rigor, em casa, a preparação estipulada pela equipa técnica, quase sempre divulgada através das redes sociais, tendo como base exercícios físicos de baixa e alta intensidade.
"Mas não há contacto com a bola", aponta Miguel Maia, considerando também difícil para os atletas retomarem a competição, que estava a entrar numa fase decisiva, quer para o campeonato, quer para a Taça de Portugal, após a suspensão.
João Simões, do Sporting de Espinho, também prossegue em casa a preparação sob a supervisão da equipa técnica dos tigres, que incide na "execução dos exercícios feitos habitualmente no ginásio, mas com as cargas e intensidade reduzidas".
"Apesar de todos os jogadores da equipa se manterem em atividade, penso que vai ser difícil retomar os campeonatos", defendeu também o jogador dos espinhenses, recordando que em vários países europeus estes, inicialmente suspensos, já foram terminados.