Lesões sofridas antes ou durante a prova causam dores e desconforto aos ciclistas, testando a capacidade de sofrimento.
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Não é só o fôlego físico que espanta na prestação dos ciclistas nesta Volta a Portugal. Para alguns, que tiveram o infortúnio de quedas, antes ou durante a competição, a capacidade e resiliência à dor, às feridas e até a fraturas de ossos impressiona, pois, apesar destas mazelas, teimam em continuar na corrida.
“Todos os dias digo que vou desistir, mas acabo sempre por encontrar uma desculpa para continuar. É irracional”, desabafou, ao JN, Julen Bengoa, corredor espanhol da Caja Rural, que teve uma enorme queda na segunda etapa e que, mesmo cheio de pensos e curativos para tapar as escoriações, segue na corrida. “É muito difícil dormir à noite, porque só me posso virar para um lado. Tenho dores e desconforto em cima da bicicleta. Tento dar o melhor”, partilhou.
Dificuldades na postura também sente Frederico Figueiredo (Sabgal-Anicolor), que há pouco mais de um mês, nos campeonatos nacionais, teve uma queda e fraturou um dos ossos do pulso. “Demora seis a sete semanas a solidificar, só passaram quatro desde que caí, por isso ainda não estou a 100%. Tenho de usar uma proteção que substitui o gesso, mas com este calor é complicado”, explicou o trepador. Frederico confessa que “nas estradas em paralelo, com a trepidação, a dor aparece”, mas lembra que o maior problema é a “posição descompensada”.
Para ajudar, a equipa médica da Volta está sempre presente, não só para o tratamento como também no aconselhamento.