Pedro Pablo Pichardo conquistou, na madrugada deste domingo, uma medalha de ouro para Portugal nos Mundiais de Atletismo, que decorrem em Eugene, Oregon, nos Estados Unidos, ao arrasar a concorrência no triplo salto. Tiago Luís Pereira, o outro português em prova, ficou no 10.º lugar, com 16,69 m.
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17,95 m é marca que ficará na história do atletismo português. Assim que entrou em prova, logo à primeira tentativa, Pichardo mostrou que estava bem acima dos adversários, ao estabelecer o melhor registo mundial do ano, percebendo-se imediatamente que só uma surpresa poderia desalojá-lo do lugar mais alto do pódio.
Pichardo passou, então, a lutar contra si próprio, vincando o domínio com outro grande salto, de 17,92 m, mas mais longe do recorde nacional de Portugal (17,98 m), que estabeleceu em Tóquio, em agosto do ano passado, quando se sagrou campeão olímpico.
"Ainda falta ser o primeiro português a ultrapassar a barreira dos 18 metros, ainda falta bater o recorde do mundo, falta ser campeão da Europa, falta muita coisa, muita coisa, porque há sempre alguma coisa para conquistar", afirmou Pichardo, pouco depois de juntar o título mundial ao olímpico.
O atleta, de 29 anos, qualificou-se para a final no primeiro salto, com 17,16 metros, num ano em que tem como melhor marca os 17,46 que lhe valeram a medalha de prata nos campeonatos do mundo em pista coberta, em Belgrado, em março, atrás do cubano Lázaro Martínez (17,64).
Pichardo fixou em Tóquio2020 o recorde nacional em 17,98 metros, apesar de ter como melhor marca pessoal os 18,08 metros alcançados em maio de 2015, quando ainda competia com a nacionalidade cubana.
Portugal já conquistou quatro medalhas no triplo salto em campeonatos do mundo, todas por Nelson Évora, campeão do mundo em Osaka2007, vice-campeão em Berlim2009 e medalha de bronze em Pequim2015 e Londres2017.
Tiago Pereira em 10.º
O português Tiago Luís Pereira terminou no 10.º lugar com 16,69 no seu segundo salto, depois de ter iniciado a competição com um nulo e sem melhorar na última tentativa (16,59).
O atleta do Sporting, 16.º nos Jogos Olímpicos Tóquio2020 e que tem 17,11 como recorde pessoal, ficou afastado dos oito primeiros lugares e, desta forma, dos três últimos saltos.