Aos 36 anos, Wágner prossegue a carreira no Aliados de Lordelo, da Divisão de Elite (A.F. Porto), após não ter recebido propostas que lhe agradassem dos campeonatos nacionais. Extremo teve passagens pelo Moreirense, Nacional e Tondela e também jogou na Tailândia, onde dormiu no aeroporto.
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Wágner começou o percurso futebolístico no Rio Claro, do Brasil, mas chegou a Portugal pela porta do Aliados de Lordelo, clube que o destino se encarrou de voltar a colocá-lo no caminho. Já na reta final de uma longa carreira, o extremo lamenta a falta de oportunidades para continuar no futebol profissional, mas acredita convictamente que ainda tem muito para dar, como explicou ao JN. Esta temporada participou em 32 jogos e marcou 11 golos pelo clube de Lordelo que falhou a subida ao Campeonato de Portugal.
"Estou em boa forma e cuido muito de mim. Sinceramente, é frustrante ver que não houve oportunidades de continuar a jogar ao mais alto nível, especialmente porque o meu percurso devia garantir um pouco de crença nas minhas capacidades, por parte dos responsáveis de outros clubes profissionais", começa por contar o jogador brasileiro, que revelou ter ficado "algo triste" quando não obteve convites que lhe agradassem no final da temporada passada.
Em Portugal, Wágner tem já uma vasta carreira, com passagens por clubes como Moreirense, Nacional, Tondela, Paços de Ferreira, Chaves, Vilafranquense e Penafiel, mas foi em Lordelo que encontrou uma nova casa e pretende retribuir essa confiança. Apesar das muitas diferenças em relação ao futebol profissional, o jogador, de 36 anos, ainda tem objetivos por cumprir. Quando pendurar as botas, quer ser treinador-adjunto.
"Estou orgulhoso da minha carreira e sinto que dei tudo o que pude. No entanto, não penso já no final, porque ainda me sinto bem a jogar e com a idade ganhamos outro tipo de valências. Adorava ajudar o Aliados de Lordelo a subir ao Campeonato de Portugal e conseguir jogar, por exemplo, na Liga 3", revela Wágner, que esta época falhou a subida, embora tenha chegado à fase de apuramento de campeão da Divisão de Elite, da A. F. Porto. O jogador destaca a menor intensidade e qualidade dos relvados como as principais diferenças no futebol distrital, salientando que é um jogo "muito mais físico".
Além da passagem por Portugal, o avançado jogou no Zawwisza, da Polónia, e esteve ligado ao Thai Honda, da Tailândia. Desportivamente, não foram experiências totalmente positivas, mas a bagagem cultural que adquiriu desvanece o insucesso dentro dos relvados. O que ninguém lhe tira, são as histórias que poderá contar, um dia, aos netos.
"Quando chegámos à Tailândia não sabia que era preciso um visto. Como nem eu nem o meu colega sabíamos falar muito bem inglês, não percebíamos nada do que se estava a passar. Conclusão: Tivemos de ficar a dormir no aeroporto até ao dia seguinte, quando os responsáveis do clube nos conseguiram vir ajudar a resolver o problema", revela.
Ao longo da carreira, Wágner foi treinado por nomes de relevo no panorama nacional mas há um treinador que o marcou. "O mais especial foi o Vítor Oliveira. Tinha um caráter excecional e tratava todos por igual. Não queria saber dos nomes porque com ele só jogava quem desse andamento nos treinos", conta, ao JN, salientando que guarda boas memórias de todos os clubes por onde passou, uma vez que foi "bem tratado em todo o lado".