Yaremchuk ovacionado na Luz, recebe braçadeira de capitão e não segura as lágrimas
O jogador ucraniano entrou, este domingo, na segunda parte do duelo com o Vitória de Guimarães, para o lugar de Darwin, e não segurou as lágrimas depois de ser ovacionado e receber a braçadeira de capitão.
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Foi o momento do jogo. O Benfica recebeu o Vitória de Guimarães para a 24.ª jornada da Liga e, mais do que o triunfo (3-0) diante dos vimaranenses, foram as lágrimas de Yaremchuk que marcaram o encontro. Depois dos adeptos levarem cartazes com mensagens para o ucraniano, o jogador, que diante do Ajax já tinha demonstrado solidariedade com o país natal, acabou por entrar ao minuto 62, para o lugar de Darwin, e não escondeu as lágrimas após receber a braçadeira de capitão de Vertonghen e ser ovacionado pelos espectadores.
Na conferência de imprensa, Nélson Veríssimo não esqueceu o gesto dos adeptos: "É também um momento alto da noite esse ato de solidariedade para com Roman. Está combalido e é uma situação que o afeta em particular porque tem a família lá. É um momento delicado para ele. Foi bonita a homenagem que o Estádio da Luz lhe prestou. A ele e a todos os ucranianos. Desejamos todos e fazemos votos para que a paz aconteça. Não estamos aqui contra uns ou contra outros: estamos acima de tudo pela paz", disse o treinador encarnado. Pepa, técnico dos vimaranenses, também apelidou o momento de "arrepiante".
Veja o momento:
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Entretanto, o jogador deixou uma mensagem nas redes sociais a agradecer o gesto dos adeptos, vincando que os aplausos que ouviu não foram para ele mas, sim, para os todos os ucranianos.
"Caros adeptos do Benfica, companheiros de equipa, staff, gestão e apenas o povo de Portugal. Toda a Ucrânia agradece o vosso apoio. O povo ucraniano lembrar-se-á desse momento até ao resto das suas vidas. O vosso aplauso não foi para mim, o vosso aplauso foi para todas as pessoas e soldados que protegem a minha família, oa meus amigos e toda a Ucrânia", escreveu.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.