Quando se está numa equipa que fura o domínio dos três principais clubes de futebol e, contra as probabilidades, é campeã nacional, escolher o ponto alto da carreira torna-se... simples.
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"O meu título no Boavista, claro", responde de pronto Filipe Gouveia. Não surpreende, por isso, que continue a guardar religiosamente a faixa de campeão da época 2000/01.
"Quando me foram buscar a França, lembro-me de o presidente dizer que íamos lutar pelo título, mas aquilo parecia algo impensável", recorda. Só que, para surpresa (quase) geral, a fábula fez-se realidade. "Depois do título, eu costumava perguntar aos meus colegas, em tom de brincadeira: "Como é possível que essas carinhas sejam campeãs nacionais?""
Foi também graças ao ceticismo alheio que, anos depois, fez uma pequena fortuna no Nacional da Madeira. "Quando lá cheguei, disse ao presidente que queria um prémio pela classificação europeia. O Rui Alves começou a rir-se e perguntou-me: "Quanto queres?" Eu disse um X e ele respondeu, sem acreditar, que até punha o dobro. Só que eu estive lá três anos e fomos duas vezes à Europa", recorda, a rir.
Olhando para o retrovisor, Filipe Gouveia destaca ainda a passagem pelo Montpellier, que lhe permitiu "ver outras realidades", e a despedida no Vila Meã, que o ajudou a perceber "a maneira de pensar dos jogadores" dos escalões secundários - tudo antes da trocar as correrias no relvado pelo banco de suplentes.
Passe Curto
Nome: António Filipe de Sousa Gouveia Naturalidade: Porto
Idade: 44 anos (12/05/1973)
Clubes que representou: Varzim, Guarda, Amarante, União, Paços, Farense, Belenenses, Montpellier, Boavista, Nacional, Gil Vicente, Vizela, Aves e Vila Meã
Principal título: campeão nacional