
Benítez custou 4,4 milhões de euros às águias
Gustavo Bom / Global Imagens
Na última década, os três grandes contrataram quase meia centena de jogadores que depois nunca utilizaram.
A lista relativa à última década tem quase meia centena de futebolistas, mas continua a crescer: Jhonder Cádiz, avançado venezuelano que se transferiu, neste verão, do Vitória de Setúbal para o Benfica, por três milhões de euros, vai ser cedido em breve à Belenenses SAD sem ter jogado pelas águias.
Cádiz é o último exemplo de um jogador contratado por um dos três grandes que depois não chega a estrear-se pela equipa principal, sendo que, aqui, só o futuro dirá se terá lugar um dia no Benfica ou se será mais um a acumular cedências até sair de vez.
De resto, o Benfica é, de longe, a sociedade que mais acumula casos destes. Uma situação que motivou, esta semana, a saída de cena do Braga na corrida à contratação do brasileiro Schettine, avançado do Santa Clara que também esteve nos planos dos benfiquistas, mas para inicialmente ficar mais uma época no emblema dos Açores e só depois ir para a Luz.
Em comunicado, os minhotos apontaram o dedo ao futebol português, alegadamente "transformado num teatro de marionetas", em que sociedades que "deviam competir num plano de igualdade se resignam a uma lógica vertical de influências", na qual "manda quem pode e obedece quem tem juízo" e onde "se multiplicam operações que escapam à lógica desportiva, se inflacionam de forma especulativa os valores do mercado e se impede que outros clubes possam reforçar-se".
Salvador por 11 dias...
Seja quais forem as motivações, bem efémera foi a passagem de Salvador Agra pelo Benfica. Contratado ao Nacional em 2017, o extremo foi anunciado a 1 de julho, pela empresa que o representa, como reforço dos encarnados. Escassos 11 dias depois era cedido ao Aves. Sem qualquer minuto pelo Benfica. Seguiram-se Granada e Cádis até à desvinculação, no início deste ano.
Mais dispendioso foi Óscar Benítez, que chegou à Luz em julho de 2016, oriundo do Lanús, por 4,4 milhões de euros. Na mesma época foi cedido ao Braga, sem um único jogo pelo Benfica. Seguiram-se cedências a Boca Juniors, a Argentinos Juniors e a San Luis. O contrato só acaba em 2021.
Embora em menor número, F. C. Porto e Sporting também têm casos semelhantes. Saidy Janko, defesa suíço contratado em julho de 2018 pelos dragões ao Saint-Étienne, por 2,2 milhões de euros, não teve uma única chance e foi cedido no final de agosto ao Nottingham Forest. Com contrato com o F. C. Porto até 2022, foi agora emprestado ao Young Boys, parecendo com poucas hipóteses de ainda vir a jogar pelos portistas.
Outro caso: o avançado lituano Lukas Spalvis, contratado em 2016 pelo Sporting ao Aalborg por 1,6 milhões de euros. Sem jogar, foi cedido ao Belenenses SAD e ao Kaiserslautern. Entretanto, desvinculou-se dos leões.
Pizzi custou seis milhões e saiu
O Benfica pagou, em 2013, seis milhões de euros ao Atlético de Madrid para contratar Pizzi, mas o médio foi logo cedido ao Espanhol. Em 2014/15, as águias investiram mais oito milhões no jogador, então o mais caro de sempre do clube. Pizzi conquistaria um lugar nas águias, assumindo-se como titular. Já vai na sexta época seguida nos encarnados.
Chiquinho recomprado após aquisição e venda
Chiquinho chegou ao Benfica em 2018/19, vindo da Académica, a troco de 600 mil euros, num acordo por cinco anos. Saiu para o Moreirense sem se estrear e com cláusula de recompra. Brilhou em Moreira de Cónegos e, este verão, foi recomprado pelos encarnados. Os minhotos, que receberam o médio a custo zero, no âmbito do negócio de Alfa Semedo com as águias, embolsaram 3,75 milhões de euros um ano depois. Chiquinho já soma dois jogos e um golo pelo Benfica.
Zé Manuel somou três cedências e rescindiu
Em final de contrato com o Boavista e com 25 anos, Zé Manuel chegou ao F. C. Porto no verão de 2016, mas nunca chegou a jogar pela equipa portista. Sem espaço no plantel então orientado por Nuno Espírito Santo e com um contrato de cinco épocas, sucederam-se os empréstimos. Primeiro ao Vitória de Setúbal, depois ao Wisla Cracóvia (Polónia) e ainda ao Feirense. Em 2018/19, desvinculou-se dos dragões, rumou aos açorianos do Santa Clara, onde está a iniciar a segunda época.
Viviano de solução a problema na baliza
Num defeso em que perdeu o titularíssimo Rui Patrício, o Sporting apostou forte em Emiliano Viviano, pagando à Sampdoria três milhões de euros pelo guarda-redes italiano. Mas nem José Peseiro nem Marcel Keizer deram um minuto que fosse de utilização ao guardião transalpino. Sem jogar, em janeiro último, regressou temporariamente a Itália, cedido por meio ano ao SPAL. Com contrato até junho de 2020, e sem lugar na equipa principal dos leões, tem o futuro indefinido.
