
Fábio Poço/Global Imagens
Aos 37 anos, Iker Casillas vive uma segunda vida no Dragão e continua a alcançar marcas que, indiscutivelmente, não estão ao alcance de todos.
O guardião chegou à Invicta em 2015, pela mão de Julen Lopetegui, e, na altura, muitos terão pensado que o o espanhol estaria apenas de passagem e que, dificilmente, iria atingir o nível revelado no Real Madrid. Ora, no próximo sábado, quando o F. C. Porto se apresentar em Braga, para mais uma "final" da reta final do campeonato, Iker, o "Santo" como é apelidado, vai completar o jogo 150 ao serviço dos dragões. É obra.
O guarda-redes encontrou conforto no F. C. Porto, após 25 anos como referência no Real Madrid. Uma verdadeira lenda merengue que teve uma saída pela porta dos fundos sem direito a cerimónia, mas com lágrimas.
Foi com a alma ferida que o espanhol chegou à Invicta, mas o currículo mantinha-se inatacável com três Ligas dos Campeões, duas Taças Intercontinentais, um Mundial de Clubes, duas Supertaças Europeias, cinco Campeonatos, duas Taças de Rei e quatro Supertaças, tendo pelo meio liderado a maior geração de sempre do futebol espanhol com a conquista de dois europeus e um Mundial. Não é coisa pouca. Mesmo com a vitrina cheia, Iker não perdeu a ambição e rapidamente conquistou os adeptos portistas, tornando-se num líder mesmo sem braçadeira de capitão.
Na primeira época, com Lopetegui e mais dois treinadores pelo meio, Rui Barros e José Peseiro, Casillas somou 40 jogos de dragão ao peito. Foi um ano intermitente, de adaptação, onde a instabilidade da equipa não ajudou a um ano de sonho. Bem longe disso. Na segunda temporada, com Nuno Espírito Santo ao leme, manteve-se intocável, defendo o templo azul em 43 ocasiões, mas também sem qualquer título conquistado pelos dragões.
A conquista do campeonato só aconteceu sob a liderança de Sérgio Conceição, na época transata, mas, a 17 de outubro de 2017, Iker experimentou, pela primeira vez, o banco dos dragões, perdendo a titularidade para José Sá. A surpreendente decisão de Conceição aconteceu num jogo da Champions com o Leipzig, que os dragões acabariam por perder, por 3-2.
Em fevereiro, o guardião recuperou a baliza e nunca mais de lá saiu, tendo até, na última semana, renovado o contrato, estendendo a ligação até 2021. Casillas está como o vinho do Porto.
