Um empresário brasileiro, atual responsável pelo Palmeiras Futebol Clube, de Braga, foi detido pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), por suspeita da prática do crime de auxílio à imigração ilegal, supostamente ao aliciar jovens futebolistas seus conterrâneos, em situação irregular no país, para jogar no clube.
Corpo do artigo
António Carlos Fusa terá de se apresentar semanalmente no SEF de Braga, estando ainda proibido de sair de Portugal e com o passaporte apreendido, enquanto decorrem mais investigações para esclarecer melhor os contornos em que os jovens brasileiros, todos com menos de 20 anos, vieram para Portugal e permaneceram no clube.
Não quiseram mudar
Aquando da intervenção, anteontem, o SEF de Braga detetou 11 jovens, a maioria a dormir em camaratas improvisadas, por cima dos balneários do clube, "sem que houvesse quaisquer condições adequadas para o efeito", enquanto outro servia no bar. Apesar disso, todos os jovens quiseram continuar no mesmo local, recusando as propostas para melhor alojamento provisório oferecido pela Segurança Social.
Segundo apurou o JN, os oito jovens que estavam ilegais chegaram entre maio e agosto deste ano, quando o empresário António Fusa tomou conta do clube, entrando depois em rota de colisão com a direção demissionária do clube, alegadamente por não cumprir o que estipulara com os jogadores locais.
Todos os brasileiros chegaram com visto de turismo, mas na realidade vinham jogar para o Palmeiras, da 1.a Divisão Distrital da Associação de Futebol de Braga.
Todos inscritos
Oficialmente, os jogadores não são remunerados, mas as autoridades suspeitam que fossem aliciados no Brasil com promessas de ordenados e futuras transferências.
Todos estavam inscritos na Associação de Futebol de Braga, apesar de nenhum ter autorização para trabalhar, nem para exercer atividades desportivas.