Pepa, atual treinador do Tondela, último classificado da Liga de futebol, admitiu, esta quinta-feira, ter vivido uma infância difícil e de, na juventude, já no Benfica, ter ultrapassado os limites.
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"Foram tempos de excessos, em que fiz muita porcaria", confessou Pedro Filipe, no mundo da bola Pepa, de 36 anos, antigo internacional português.
O agora treinador participou numa palestra, na Escola Profissional de Oliveira do Hospital, evento em que revisitou o início da sua carreira no futebol e as origens humildes, tendo aconselhado os estudantes a dar importância "aos valores" que aprendem no ensino.
Pepa contou que o pai era cantoneiro de limpeza, em Torres Novas, sua terra natal. Cruzavam-se todas as manhãs, à porta da escola. "Um preto vestido com fato cor de laranja, imaginem... Podia fingir que não o via, mas ia ter com ele, com orgulho. Cheirava mal, mas dava-lhe sempre um beijinho", recordou.
"Os colegas gozavam comigo e havia racismo. Andava muito à pancada", admitiu.
Aos 14 anos, Pepa foi do Entroncamento para o Benfica, onde esteve várias épocas. "Cheguei a pensar que era o rei da noite de Lisboa. Queria boates, muitas mulheres ao meu lado e amigos. Muitos aproveitavam-se de mim, para pagar as contas. Eram amigos da onça", disse ainda, Pepa, aos estudantes de Oliveira do Hospital.