A Torcida Verde, um dos Grupos Organizados de Adeptos (GOA) do Sporting, lamentou esta segunda-feira, em comunicado, no Facebook, o fim do protocolo entre o clube e as claques Juve Leo e Directivo Ultra XXI, anunciado pelos dirigentes leoninos na sequência dos incidentes registados no passado sábado no interior e no exterior do Pavilhão João Rocha, do qual o presidente Frederico Varandas teve de sair sob escolta policial. Sem tomar lado, a Torcida Verde diz que tem "o dever de não contribuir para a balcanização do clube" e manifesta-se disponível para "contribuir para as pontes do diálogo na superação de um momento complexo e contraditório".
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A claque Torcida Verde, que está a poucos dias de celebrar o 35.º aniversário, é um dos quatro GOA que assinaram o protocolo com a direção do Sporting agora rescindido com a Juve Leo e o Directivo Ultras XXI. A claque lembra que assumiu todas as responsabilidades constantes do acordo celebrado com os responsáveis do clube de livre vontade, e sublinha que "a relação com o Sporting Clube de Portugal supera o elementar respeito institucional, condição indispensável para uma coexistência saudável, afirmando-se também por um elevado sentido participativo e interventivo na vida do clube e nas problemáticas que condicionam a nossa ação como adeptos".
A Torcida Verde diz ainda que a fragmentação da curva sul, sem os seus quatro GOA, "não serve o clube nem os seus adeptos", mas quer acreditar que "este é um momento transitório e que os valores do grande SCP presentes em todos os intervenientes, dos quais fazemos parte, irão prevalecer".
Eis o comunicado da Torcida Verde colocado na rede social Facebook:
"No último domingo, fomos surpreendidos com a emissão de um comunicado do SCP no qual estava plasmado a resolução do protocolo com dois dos GOA da curva sul.
Sem hipocrisias, esta é uma situação complicada para a Torcida Verde; precisamente a poucos dias do nosso 35º aniversário.
A curva sul é uma realidade composta por quatro GOA, com identidades diversas, unidos pela fidelidade verde e branca.
A Torcida Verde tem uma história, partilhada com esses dois grupos, centrada em milhares e milhares de Kms no apoio ao grande SCP em diversas modalidades e nas circunstâncias mais difíceis.
Simultaneamente, formalizarmos um protocolo com o SCP, de livre vontade com responsabilidades que sempre assumimos.
A nossa relação com o SCP, supera o elementar respeito institucional, condição indispensável para uma coexistência saudável; afirmando-se também por um elevado sentido participativo e interventivo na vida do clube e nas problemáticas que condicionam a nossa acção como adeptos.
Da defesa da identidade do SCP, da qual emerge o regresso das modalidades, a luta pela edificação do pavilhão; passando, num sentido transversal, pela luta dos direitos dos adeptos (horários jogos, preço bilhetes, agentes jogadores, etc).
Sem querermos ter a presunção de fazer um apelo bacoco e politicamente correcto á "união", temos o dever de não contribuir para a "balcanizacão" do SCP.
A fragmentação da curva sul, sem os seus quatro GOA, não serve o clube nem os seus adeptos.
Da Torcida Verde podem esperar o contributo para as pontes do diálogo na superação de um momento complexo, contraditório .
Queremos acreditar que este é um momento transitório que os valores do grande SCP presentes em todos os intervenientes, dos quais fazemos parte, irão prevalecer.
Pela nossa parte, queremos dar um sinal objectivo com a utilização das nossas faixas "hoje e sempre Sporting" e "Sporting dos adeptos", eventualmente em substituição da nossa faixa principal.
"Força e união, Sporting no coração"