1. Como analisa o futuro do SNS numa altura de contenção orçamental? 2. Os cortes anunciados no racionamento do medicamento fazem sentido? 3. Que impacto pode ter a opção por medicamentos mais baratos? 4. O negócio dos medicamentos genéricos nunca atraiu a Bial?
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1.Temos um conjunto de características à volta do SNS que demoraram muitos anos a construir e que seria uma pena agora estarmos a cortar e ter um sistema de um país menos desenvolvido. Acho que terá de haver um equilíbrio muito grande entre aquilo que é preciso cortar, onde é preciso cortar e a manutenção desse bom sistema.
2. Não podemos fazer os ajustes sempre nos mesmos sítios: e os ajustes têm sido sempre feitos muito à custa do medicamento. Aliás, na proposta de orçamento para o próximo ano, 78% dos cortes na área da saúde são no medicamento, quando este pesa menos de 25%.
3. Todos sabemos que os medicamentos mais antigos e os genéricos têm o seu papel, agora o que não podemos ser é todos tratados a todas as patologias com medicamentos muito antigos. Existem hoje inovações muito importantes que levam a que haja menos internamentos e menos complicações e que, portanto, têm um benefício que pode não ser visto no imediato mas que depois no médio longo prazo será visto.
4.A aposta nos genéricos parece-nos menos interessante porque é uma aposta em cópias e em medicamentos mais antigos. Por outro lado, nós sentimos que para vingar nesse mercado teríamos de ter uma escala muito grande. Precisávamos de ir para muitos países, para ter custos de produção muito baixos, e nós não temos escala para fazer isso.