A mais recente campanha publicitária do IKEA, com referência às buscas da Operação Influencer e à chamada "geringonça" portuguesa, está a gerar debate nas redes sociais. A multinacional sueca garantiu não querer contribuir para a discussão partidária, mas sim olhar para o mundo com humor.
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A imagem utilizada na recente campanha publicitária é a de uma estante normal. Mas a utilidade que o IKEA lhe atribui rapidamente a tornou viral nas redes sociais. "Boa para guardar livros. Ou 75.800 euros", pode ler-se em múpis espalhados pelo país, numa clara referência da empresa multinacional sueca à quantia encontrada no escritório de Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa na altura das buscas da Operação Influencer.
Noutros cartazes, o IKEA promove uma manta como "a geringonça" contra o frio, aludindo ao sistema político que vigorou em Portugal entre 2015 e 2019, e ainda um edredão que, nota a empresa, pode ser usado "para se aquecerem sozinhos ou coligados". A multinacional sugere ainda ter puxado "o tapete à inflação", sugerindo a compra de um tapete.
Sem surpesas, as redes sociais não tardaram a inundar-se de reações. "O IKEA também já entrou em campanha eleitoral" e "vamos ver a reação do Partido Socialista" são alguns dos comentários à ação publicitária, por muitos encarada como um ato de coragem. "Nenhuma grande empresa portuguesa teria coragem para pôr na rua uma campanha publicitária como esta", dizem ainda.
Face aos elogios e críticas, o IKEA garantiu, num comunicado citado pelo jornal Expresso, que nunca teve "qualquer intenção ou propósito de contribuir, seja de que forma for, para o debate partidário e para o atual contexto pré-eleitoral que se vive no país". "Olhamos para as nossas campanhas, e para nós próprios, com sentido de humor, e muitas vezes como forma de aliviar a tensão de um mundo com os nervos cada vez mais à flor da pele", justificou.
Além disso, sublinhou que as suas campanhas refletem "a vida real", abordando "rotinas, conversas, discussões, mais e menos acesas, e o próprio humor" com que as equipas debatem "temas mais sérios".