Quatro adegas cooperativas do Douro lançaram, esta terça-feira, um alerta público para vincar a necessidade de maior valorização das uvas. E pediram ao Governo que seja célere na procura de soluções para melhor regular a atividade vitivinícola na região.
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Com custos de produção cada vez mais elevados e rendimentos ao nível do que acontecia há quase duas décadas, há o receio de que muitos não aguentem e abandonem a atividade.
As Caves Santa Marta e as adegas cooperativas de Mesão Frio, Murça e Vila Real representam “milhares de pequenos e médios produtores”. Criticam a redução, de 116 mil pipas em 2022 para 104 mil em 2023, da quantidade de mosto que pode ser transformado em vinho do Porto. Dizem que só “responde aos anseios de grandes produtores e exportadores que têm excesso de vinho do Porto devido a uma alegada quebra nas vendas e não querem que ao mercado continuem a chegar quantidades de vinho que tornam difícil o escoamento do que têm armazenado”.
Segundo dizem, “os pequenos e médios produtores vivem muito dependentes do número de litros que anualmente são autorizados para a produção de mosto generoso”. É que as uvas para o vinho do Porto “valem pelo menos três vezes mais” que as outras.
As adegas defendem “mais promoção para melhorar as vendas” e que “não se puna quem vive da produção”. A continuar a assim “muitos lavradores vão abandonar as terras ou optar por outras culturas alterando a paisagem dos socalcos do Douro”.