A Águas de Portugal está obrigada a fazer investimentos na ordem dos 2500 milhões de euros até 2017, anunciou, esta terça-feira, aos deputados na comissão parlamentar do Ambiente e Obras Públicas, o presidente cessante do grupo, Pedro Serra.
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"São 2500 milhões de euros em investimentos que o Estado não pode, pura e simplesmente, decidir que não vai fazer", sublinhou o gestor.
"O Estado não pode decidir que não vai fazer a ETAR de Beja, que já está num processo contencioso contra o Estado português, ou a ETAR de Vila Nova de Mil Fontes, ou as outras ETAR que estão em processo contencioso porque representam obrigações do Estado Português no quadro da directiva CE 91/271, das águas residuais", concretizou.
"Sabemos que há preocupação por parte do Governo, porque o endividamento das empresas públicas está condicionado no quadro do contrato celebrado com a 'troika' e portanto tudo isto tem que ser explicado, nomeadamente à troika para que possa avançar", revelou ainda.
Uma coisa é certa, trata-se de investimentos que decorrem da transposição de directivas comunitárias, que têm que ser realizados. "Não me passa pela cabeça que não sejam feitos", afirmou Pedro Serra aos jornalistas.
"Estamos a falar de projectos, alguns já com financiamentos, outros não, que teriam que ser contratados junto da banca internacional. Essa é uma das dificuldades. Neste momento não é fácil, nem mesmo junto do Banco Europeu de Investimento. Por isso também percebo este compasso de espera. É possível que, com as medidas que estão a ser tomadas, o Estado português volte a merecer a confiança dos seus financiadores e essas questões possam ser resolvidas", acrescentou.
Quanto ao montante total de investimentos que estão já a ser pressionados por processos entregues nos tribunais, Pedro Serra apenas avançou à Lusa ascenderem a "umas largas centenas de milhões de euros", optando por não precisar.