O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, afirmou esta segunda-feira que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, "cortou as últimas pontes" com a Europa e que lhe é "difícil imaginar" novas negociações com Atenas depois do referendo.
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"Depois da recusa das regras do jogo da zona euro, como é expresso pelo voto 'não', negociações sobre os programas de ajuda de milhares de milhões parecem-me dificilmente imagináveis", disse o "número dois" de Angela Merkel numa primeira reação do governo alemão, a publicar na segunda-feira pelo jornal Tagesspiel.
Tsipras e o seu governo estão a levar a Grécia por uma via de "renúncia amarga e desespero", prosseguiu Gabriel, líder dos sociais-democratas coligados com os conservadores de Merkel e ministro da Economia.
"Tsipras cortou as últimas pontes que a Europa e a Grécia podiam atravessar para encontrar um compromisso", afirmou.
Presidente do Eurogrupo acha o "não" "lamentável"
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, anunciou à noite que os ministros das Finanças da zona euro vão discutir na próxima terça-feira o resultado do referendo na Grécia, que classificou como "muito lamentável".
"Registo o desfecho do referendo grego. Este resultado é muito lamentável para o futuro da Grécia. Para a recuperação da economia grega, são inevitáveis reformas e medidas difíceis. Vamos agora aguardar pelas iniciativas das autoridades gregas", lê-se no curto comunicado divulgado por Dijsselbloem, após a vitória do "não" no referendo hoje realizado na Grécia.
"O Eurogrupo vai discutir o ponto da situação na terça-feira, 07 de julho", refere.
O presidente do fórum dos ministros das Finanças da zona euro confirma, assim, a realização de uma reunião do Eurogrupo, sem horário ainda determinado, mas que deverá ter lugar antes da cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da zona euro já agendada para as 18:00 de terça-feira em Bruxelas (17:00 de Lisboa).