O grupo francês Altice já se encontrou com os acionistas brasileiros e portugueses da Oi, entre os quais o Novo Banco, e abordou o eventual preço da PT Portugal.
Corpo do artigo
De acordo com uma fonte ligada à operação citada pela agência Lusa, as reuniões em Portugal decorreram esta semana, com encontros com o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e a nova equipa de gestão do Novo Banco.
A mesma fonte adiantou que a Altice está pronta para comprar a PT Portugal "já amanhã, hoje", bastando apenas para tal uma chamada telefónica com o "OK" da Oi.
"A Altice está a contactar os principais acionistas quer brasileiros, quer portugueses", disse a fonte, acrescentando que estes últimos "têm consciência de que não controlam o ativo nem o seu destino, são inteligentes e percebem que no final do dia é preferível vender a PT Portugal e que esta é uma questão financeira".
A mesma fonte adiantou ainda que, em caso de compra, a empresa "será portuguesa e gerida por portugueses".
Reconhecendo que este ativo "é muito estratégico e emocional", a mesma fonte esclareceu que a Altice pretende entrar pacificamente no mercado português, evitando qualquer tipo de conflito com acionistas como o Novo Banco e Ongoing.
Caso a empresa concretize o negócio, a mesma fonte disse que o grupo francês conta com o "talento local", destacando que o negócio da PT Portugal é "extremamente bem gerido" e sustentável, ao contrário do que sucedeu no caso da Cabovisão e da Oni, onde a redução da estrutura de pessoal foi reduzida, uma vez que as empresas estavam falidas.
Questionada sobre se o negócio deverá ser concretizado este ano, a mesma fonte afirmou que o melhor seria "assim que possível" e avisou que um atraso na tomada de decisão poderá comprometer este negócio e desviar a atenção do grupo para outros ativos.
A fonte ligada à operação explicou que o grupo francês não comprará a PT Portugal por qualquer preço, sublinhando que este terá de ser razoável.
Já no caso do negócio da Oi, a fonte lembrou que "o negócio no Brasil está a cair, logo há mais dívida, pelo que faria sentido vender a empresa (PT Portugal, que está incorporada na empresa brasileira) a um preço sensato", disse.
Ainda assim, caso este ano não haja negócio, a Altice, do milionário Patrick Drahi, admite voltar à negociação em 2015.
Recorde-se que o processo de combinação de negócios entre a Portugal Telecom (PT) e a brasileira Oi ainda não está concluído.
Com 80% do negócio centrado em França e apenas 1,5% em Portugal, a Altice conseguiria com esta operação colocar o mercado português em segundo lugar no universo do grupo (20%).
Em relação aos ativos da PT Portugal em África, onde consta a posição na Unitel, a fonte não descarta um eventual interesse, mas afirmou que a multinacional prefere estar longe desses ativos se não tiver o controlo sobre os mesmos.