Álvaro Sobrinho diz que declarações de Abecassis sobre poder em Angola estão no campo da psicanálise
O antigo presidente executivo do BES Angola, Álvaro Sobrinho, disse esta quinta-feira que declarações de Ricardo Abecassis trazidas à comissão de inquérito sobre o seu poder em Angola estão no campo da psicanálise.
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"Não compreendo estas reações. É como lhe digo: é objeto de psicanálise", disse Sobrinho na comissão de inquérito à gestão do BES e do GES.
O responsável respondia a uma questão do deputado do PSD Carlos Abreu Amorim, que citou notícias com declarações de Abecassis - que foi presidente do conselho de administração do BESA - onde este acusava Sobrinho de "comprar toda a gente que foi para Angola"
"O doutor Ricardo Abecassis Espírito Santo foi presidente do conselho de administração do BESA desde o seu início", lembrou Álvaro Sobrinho perante os parlamentares.
As insuficiências de capital na entidade angolana, que levaram à criação de uma garantia estatal de Angola sobre 3,3 mil milhões de euros, têm sido um dos pontos centrais da comissão de inquérito.
O BESA, de onde Sobrinho saiu no final de 2012 da presidência, cedeu empréstimos superiores a 5,7 mil milhões de dólares, montante em local indefinido.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro e tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do Banco Espírito Santo (BES), o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".