António Saraiva não tem dúvidas de que Portugal terá de renegociar ajuda financeira
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, admitiu, esta terça-feira, que Portugal vai ter necessidade de renegociar os prazos ou montantes da ajuda financeira acordada com a 'troika', mas exclui a possibilidade de o país sair do euro.
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"Não admito a saída do euro, da mesma maneira que tenho certo para mim que vamos ter necessidade de renegociar as condições, prazos ou montantes, que negociámos com os organismos internacionais, a chamada 'troika'", disse o líder da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em Lisboa.
António Saraiva, que falava à margem da 10.ª Conferência que debateu o tema "Alavancar a Lusofonia nas TIC" e foi organizada pela Associação Nacional das Empresas das Tecnologias de Informação e Electrónica (ANETIE), disse também que a União Europeia, na reformulação que vai ter de fazer, terá de encontrar formas de "preservar o euro".
"Não tenho dúvidas nenhumas sobre isso, agora, não é a panaceia para os nossos problemas (...) ficarmos de braços parados de cimeira em cimeira, até à próxima Cimeira, que é sempre aquela que nos vai salvar e depois vem a frustração, o desalento que elas nos trazem...", salientou.
Contudo, António Saraiva defendeu que "até lá, teremos que fazer o trabalho de casa, honrarmos os compromissos, mostrarmos credibilidade e sermos credores dessa confiança que temos que gerar àqueles que ainda nos vão emprestando dinheiro".
"Só demonstrando essa credibilidade, honrando os compromisso, Portugal terá mais autoridade para no momento em que necessitarmos de rever prazos ou os montantes termos acrescida legitimidade para os solicitar", explicou.
"Para mim, não tenho hoje dúvidas que isso [renegociação] vai ser necessário", realçou.