A greve dos maquinistas e dos revisores da CP - Comboios de Portugal parou quase por completo a circulação de comboios, tendo-se realizado nove comboios até às 12.00 horas, uma paralisação que se repete a 14 de novembro.
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De acordo com a porta-voz da CP, Ana Portela, até às 12.00 horas, tinham-se realizado nove comboios - quatro Intercidades, quatro Regionais da Linha do Vouga e um Internacional -, aquém da lista de serviços mínimos publicados pela empresa.
Em declarações à Lusa, Ana Portela explicou que "existem diversas decisões de serviços mínimos de tribunais arbitrais diferentes que são contraditórias entre si", tornando-se "caótico em termos de gestão".
"Há interpretações diferentes do resultado dessas decisões entre empresa e sindicatos", adiantou.
A CP entende que, sendo as decisões cumulativas, basta haver uma [decisão] que defina uma lista de serviços mínimos para que essa lista se tenha que se cumprir".
O coordenador do Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ), António Medeiros, garante que os associados estão a respeitar o despacho relativo ao seu pré-aviso de greve, acusando a administração da CP de "criar falsa informação" sobre os serviços mínimos que seriam realizados.
Entretanto, os maquinistas e os revisores da CP voltam a paralisar a circulação de comboios no próximo dia 14. Das mais de duas dezenas de sindicatos que abrangem os trabalhadores da CP, os dois mais representativos - o SMAQ e o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante - já apresentaram pré-aviso de greve para 14 de novembro.
A greve ao trabalho em dia feriado nos comboios tem-se repetido desde as alterações introduzidas pela revisão ao Código do Trabalho, que contemplam uma redução de 50% no valor pago pelo trabalho em dia feriado.
Em comunicado, o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, que representa os revisores e os trabalhadores das bilheteiras, disse que "não se pode aceitar que os seus associados ganhem apenas cerca de 2,5 euros por cada hora realizada em dia feriado, em suma, têm que pagar para trabalhar".