O responsável financeiro da TAP, Gonçalo Pires, precisou esta quarta-feira, em Lisboa, que a transportadora continua a apresentar prejuízo no acumulado até setembro face ao valor da dívida.
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"Nos primeiros nove meses, o resultado continua a ser negativo, o que é resultado da nossa dívida", apontou Gonçalo Pires, em conferência de imprensa, em Lisboa.
A TAP registou no terceiro trimestre do ano um resultado líquido positivo de 111,3 milhões de euros, anunciou a companhia aérea à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em comunicado, a companhia aérea revelou que registou entre julho e setembro "um recorde histórico de receitas operacionais", que ascenderam aos 1,1 mil milhões de euros, "excedendo os níveis pré-crise em 7,5%", o que lhe permitiu alcançar "um desempenho financeiro sem precedentes".
Contudo, entre janeiro e setembro, a companhia teve um prejuízo de 91 milhões de euros, quando, em 2019, antes da pandemia, tinha registado um lucro de 121 milhões de euros.
TAP está "no caminho certo e acima do objetivo" traçado no plano de recuperação
"A administração quer entregar uma TAP financeiramente sustentável e isso exige um trabalho de redução da dívida. Precisamos de tempo e de uma 'performance' positiva", assinalou.
O responsável financeiro da TAP notou ainda que os resultados obtidos pela companhia aérea portuguesa nos primeiros nove meses do ano confirmam que a empresa está "no caminho certo e acima do objetivo" traçado no plano de recuperação.
No que se refere às compensações financeiras, Gonçalo Pires, adiantou que vão ser inferiores às de 2019, mas escusou-se a avançar valores.
Questionado sobre a possibilidade de a TAP ter que devolver 3200 milhões de euros ao Estado, o que corresponde ao valor das ajudas no âmbito da reestruturação, esclareceu que o plano "envolve injeções de capital e não dívida".
Assim, o acionista "injeta liquidez e toma posse na empresa".
A última ajuda do Estado, no valor de 990 milhões de euros, deverá chegar à TAP em dezembro.