O SINTARQ - Sindicato dos Trabalhadores em Arquitectura convocou hoje todos os profissionais para discutir e aprovar as primeiras tabelas salariais para o setor da arquitetura, nomeadamente a proposta de 1300 euros de salário de entrada na profissão.
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No plenário, marcado para 01 de maio, às 10 horas, na sede do SINTARQ, no Porto, serão discutidas as conclusões de um inquérito nacional às expectativas profissionais, realizado no final de 2023, que contou com ampla adesão dos trabalhadores inquiridos à exigência de 1300 euros de salário de entrada, à redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, a horas extra com melhor retribuição e maiores restrições, e ao estabelecimento de carreiras como instrumento central à elevação dos salários e ao combate à discriminação e ao assédio.
Em comunicado, o SINTARQ salienta que "a título de exemplo, 94% dos inquiridos defende uma carga horária semanal até 35 horas, a expectativa salarial mediana de um trabalhador com cinco a dez anos de experiência é de 1800 euros e 80% dos inquiridos declara fazer horas extra, metade dos quais sem receber qualquer compensação por isso".
Segundo dados preliminares deste estudo, "um trabalhador em arquitetura vê-se espoliado, no mínimo, em 500 a 800 euros por ano em horas extra não compensadas", sustenta o sindicato, constituído em abril de 2022.
"Este inquérito permitiu aferir as expectativas profissionais de quem trabalha em arquitetura e confirmar, uma vez mais, o retrato de precariedade e indignidade transversal no setor", considera.
O caderno reivindicativo que será submetido à discussão propõe duas tabelas salariais: uma para projetistas e outra para técnicos especializados, dividindo-se em carreiras profissionais de assistente, júnior e sénior.
De acordo com o SINTARQ, a progressão atende aos anos de experiência ou às funções efetivamente desempenhadas, independentemente da antiguidade.
Estarão também em discussão, a 01 de maio, os critérios que determinam essa progressão e que servirão para contrariar a transversal estagnação de carreiras.
Além dos salários, carreiras e horário laboral, propõem-se reivindicações base noutros vetores tais como: direitos na parentalidade, regulação do teletrabalho, dias de férias, garantias de segurança e saúde no trabalho e formação profissional certificada.
Este encontro é o culminar de um processo com cerca de um ano e que contou com dez reuniões abertas de discussão realizadas em Braga, Coimbra, Porto, Lisboa e Setúbal, e que agora se encerra neste último plenário nacional no Porto.
As inscrições para o plenário estão abertas no sítio online do SINTARQ e podem participar nele todos os trabalhadores do setor, ou assistir como convidados os trabalhadores de outros setores profissionais.