O ministro da Economia admitiu, esta sexta-feira, que o desemprego é "a principal preocupação do Governo" e apontou a legislação laboral, as políticas ativas de emprego e a aposta no ensino técnico-profissional como os "três pilares" para o combater.
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"A legislação laboral é muito importante para flexibilizar a contratação e combater o desemprego", sustentou Álvaro Santos Pereira, destacando ainda a relevância das políticas ativas de emprego - como os programas Impulso Jovem, Estímulo 2012 (que já tem ofertas de trabalho de 5220 pessoas) e Vida-Emprego (que já reencaminhou mais de 93 mil desempregados para ações de formação) - e de medidas como a acumulação do subsídio de desemprego e outras de âmbito setorial a anunciar "brevemente".
O ministro falava aos jornalistas em Matosinhos, à margem da primeira edição da iniciativa "Portugal a Crescer", para apresentação aos empresários das políticas atualmente em curso para revitalização, internacionalização e financiamento das empresas e combate ao desemprego.
Como "terceiro pilar estrutural de combate ao desemprego" o ministro apontou a aposta no ensino técnico-profissional e no sistema de aprendizagem, garantindo estar em curso uma verdadeira "mudança de paradigma" a este nível.
"Estamos a apostar no ensino técnico-profissional, que teve um grande sucesso há algumas décadas em Portugal, para dar mais qualificações aos nossos jovens. No próximo ano letivo teremos um reforço de 50% dos alunos a estudarem no sistema de aprendizagem, em que estudam na escola, mas também aprendem nas empresas qualificações importantes, e até ao final da legislatura contamos que 50 mil jovens possam estar nesse sentido de aprendizagem, num esforço que temos de fazer de reindustrializar o país e apostar no setor produtivo", sustentou.
Para Santos Pereira, "a formação profissional não deve ser só para manter os desempregados ocupados, mas deve ser essencialmente para fornecer aos desempregados melhores qualificações", e "por isso é que grande parte da reprogramação estratégica dos fundos comunitários passa pela formação dos desempregados".
Embora admitindo que os indicadores do Governo "mostram um crescimento do desemprego a curto prazo", Álvaro Santos Pereira defende que "exatamente por isso é que é importantíssimo acelerar todas as políticas ativas de emprego e pensar a economia não só a curto, mas também a médio prazo".