O aumento do IVA no sector de alimentação e bebidas de 13 para 23% irá levar ao encerramento de 21 mil empresas e à perda de 47 mil postos de trabalho, disse esta terça-feira, em conferência de Imprensa, a associação do sector.
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A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) deu esta terça-feira de manhã uma conferência de Imprensa, em Lisboa, na qual afirmou que este aumento irá trazer "uma significativa diminuição das receitas fiscais, causando o efeito inverso desejado pelo Governo".
A AHRESP referiu ainda que o sector do turismo, "um dos mais dinamizadores da economia nacional, irá ser fortemente, prejudicado ao colocar Portugal no top cinco dos países da zona euro com mais elevada taxa de IVA no sector da alimentação e bebidas".
O presidente da AHRESP, Mário Pereira Gonçalves, afirmou que esta é "uma inacreditável ameaça" que corresponde "a um aumento directo de IVA de 77%".
O responsável referiu ainda que este aumento "será um incentivo à economia paralela e à evasão fiscal".
Segundo Mário Pereira Gonçalves, tal só se justifica pela "inexperiência, cegueira e imprevidência do Governo".
A AHRESP, através do seu secretário-geral, José Manuel Esteves, avaliou que Portugal, no turismo, irá perder face a concorrentes como Espanha e França que praticam, respectivamente, taxas de IVA de 8% e 7%.
"A Irlanda, também intervencionada pelo FMI, desceu o IVA para a taxa média de 9%", afirmou.
"Os portugueses vão pensar em ir passar férias à vizinha Espanha pois fica mais barato", disse José Manuel Esteves.
Na conferência de Imprensa foi ainda salientado que a alimentação passa a ter a mesma taxa de IVA que bens de luxo, como jóias e iates.
A proposta de aumento do IVA para 23% na área da restauração foi aprovada esta terça-feira em plenário no Parlamento.