Aumento do risco de crédito é a principal ameaça para o sistema bancário português
Riscos para a estabilidade financeira aumentaram na sequência da restritividade da política monetária, abrandamento da economia e incerteza política.
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O potencial aumento do risco do crédito de empresas e particulares é a principal ameaça para o sistema bancário português, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira de novembro, divulgado esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
De acordo com o supervisor, os riscos para a estabilidade financeira aumentaram, no geral, em reflexo da restritividade da política monetária, do abrandamento da atividade económica e, mais recentemente, da incerteza política, permanecendo acima do objetivo de médio prazo estabelecido pelo Banco Central Europeu (BCE), apesar da tendência de descida da inflação.
"Os conflitos militares em curso, na Ucrânia e no Médio Oriente, acrescentam complexidade à condução de políticas, dado o potencial efeito sobre a inflação e a atividade económica", podendo "originar desvalorizações de ativos e subidas dos prémios de risco nos mercados financeiros internacionais", explica a entidade governada por Mário Centeno.
Quanto ao mais recente quadro de incerteza política que o país enfrenta, lê-se, "é uma nova fonte de risco, apesar de mitigada pela expectável aprovação do Orçamento do Estado para 2024 proposto pelo atual Governo".
Entre os principais riscos apontados pelo BdP encontram-se, assim, o aumento do incumprimento das famílias mais vulneráveis, a dificuldade das empresas para assegurar o serviço de dívida (em particular das mais vulneráveis) e ainda a pressão acrescida sobre as contas das administrações públicas e a correção de preços no mercado imobiliário residencial.
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