Previsão aponta para 150 mil toneladas este ano. Chuva que veio no tempo certo também ajudou campanha inédita.
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A produção de azeite na campanha 2021/2022 deverá render 150 mil toneladas de azeite a Portugal, um valor recorde. O Alentejo tem o maior peso nesta previsão, já que é responsável por 85%. Em Trás-os-Montes e Alto Douro o ano olivícola deverá ser normal, até 15 mil toneladas, mas de boa qualidade (ver texto ao lado). A colheita da azeitona nos olivais só deverá começar em meados de outubro, mas, a não ser que ocorram fenómenos meteorológicos anormais, já se perspetiva uma safra extraordinária.
A Olivum - Associação de Olivicultores e Lagares do Sul, com sede em Beja, baseia-se em dados do Instituto Nacional de Estatística e do portal Pordata, para confiar numa "produção recorde de 150 mil toneladas de azeite" em Portugal.
A previsão consta de um comunicado daquela coletividade, citado pela Lusa, no qual também são apontados os fatores que podem levar à maior produção de sempre: "Floração sem problemas, pluviosidade em quantidade certa e a quase ausência de pragas.
Alguns olivais alentejanos, onde se pratica olivicultura intensiva e superintensiva, podem produzir 20 toneladas de azeite por hectare, o que contrasta com a região transmontana e duriense, onde predominam os olivais tradicionais de sequeiro. Num ano normal podem chegar, apenas, aos 1500 quilos por hectare. Instalações mais modernas vão até aos 3000 e se forem regadas rendem ainda mais.
Gonçalo Simões, diretor executivo da Olivum, justifica a elevada produção esperada com "uma conjugação concertada do crescimento do setor, da tecnologia de precisão aplicada e das boas condições edafoclimáticas neste ano".
O responsável adiantou ainda que a olivicultura "está no top dos rankings em termos de sustentabilidade ambiental". Esta boa classificação deve-se à "reduzida utilização de água", a uma "diminuta aplicação de fitofármacos" e a um "relevante sequestro de carbono".
maioria das empresas nacionais
A Olivum apresenta-se como a "a maior associação portuguesa" do setor de azeite. Representa 100 associados, 300 explorações e 14 lagares. Ao todo, 42 mil hectares de exploração agrícola no Alentejo e Ribatejo.
A Olivum salienta que "Portugal garante, desde 2014, a sua autossuficiência em azeite" e que as exportações "têm crescido de forma marcada nos últimos anos". Em 2020, as vendas de azeite para o estrangeiro representaram "cerca de 600 milhões", existindo "a perspetiva de superação deste valor" este ano.
Por outro lado, revela que o investimento no setor olivícola em Portugal permitiu "passar de 80 mil toneladas, em 2014, para 135 mil toneladas de azeite produzido, em 2019". De acordo com a associação, as empresas que exploram o olival nacional são "maioritariamente portuguesas". Todavia também se conseguiu atrair investimento direto estrangeiro, oriundo de países como "Espanha, Inglaterra, Chile, Arábia Saudita, Suíça e Dinamarca".