O presidente da câmara de Mangualde, João Azevedo, alertou hoje que os mais de mil camiões existentes no concelho vão ficar sem alternativa para circular com a entrada em vigor do pagamento de portagens na autoestrada A25.
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Em declarações aos jornalistas, o autarca socialista lembrou que o troço da Estrada Nacional 16, que no final da década de 1990 foi desafectado para o domínio municipal, já hoje sofre de "problemas de manutenção" e "começa a dar sinais de grande desgaste".
Explicou que "há mais de mil camiões residentes no concelho", de empresas como a Patinter, a Bernardo Marques, a Gefco e outras mais pequenas, o que representa "um volume enormíssimo de transportes pesados" que precisam de circular.
"Como é que seria se esses camiões tivessem de usar a [EN] 16 entre Mangualde e Viseu? A ponte da Pextrafil certamente passado um mês cairia", frisou, acrescentando que estas empresas são fundamentais para a economia do concelho e da região e que o Governo tem de ter isso em conta.
Contou já ter tido "conversas com alguns transportadores e empresas do setor produtivo que estão muito preocupadas", porque o pagamento de portagens "vai encarecer o produto final".
João Azevedo quer também saber "quem é que se vai responsabilizar pela manutenção dessa estrada", porque além dos camiões, haverá muitos veículos ligeiros a usá-la, nomeadamente entre Fagilde e Chãs de Tavares.
"Há muitas pessoas de Viseu e de outros concelhos que trabalham em Mangualde e, por isso, têm de se deslocar diariamente", lembrou.
Neste âmbito, defendeu que "o Estado português não se pode ausentar da responsabilidade daquilo que assumiu no passado, das condições que criou e que hoje já não são as mesmas".
O autarca contou que já iniciou contactos com a tutela "no sentido de perceber se há alguma solução para esta situação", dizendo acreditar que haverá "o bom senso de perceber o problema".
Lembrou que sempre se mostrou contra a introdução de portagens nas SCUT, independentemente dos partidos que governavam o país.